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MIOLO ELA POR ELAS Nº 8

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86<br />

Apoio aos circenses<br />

Na avaliação de Sula Mavrudis, a<br />

falta de políticas públicas para o circo<br />

e a falta de legislação específica, em<br />

todos os níveis, que garantam o direito<br />

ao trabalho, saúde, educação e moradia<br />

têm gerado frustação e, consequentemente,<br />

abandono da profissão por<br />

parte de muitos circenses, impactando<br />

na vida das famílias. “É triste ver circenses,<br />

para sobreviver, fazendo outras<br />

atividades que não as que aprenderam<br />

pela sua tradição familiar e que, ao<br />

longo da história, lutam sozinhos para<br />

preservar. Isso é uma degradação do<br />

status”, denuncia.<br />

Segundo Sula Mavrudis, muitos deixaram<br />

de ser itinerantes e, mesmo com<br />

residência fixa, tentam viver de sua<br />

arte, realizando apresentações avulsas<br />

ou oficinas de circo em escolas, clubes<br />

e eventos em geral. E este tem sido um<br />

dos papéis da Rede de Apoio aos Circos<br />

– além de lutar por acesso a políticas<br />

públicas, ajuda as famílias circenses a<br />

conseguirem retomar suas atividades.<br />

Para isso, há muitos anos, fazem uma<br />

reunião com todos os circenses interessados,<br />

às primeiras quartas-feiras do<br />

mês, na sede da RAC. Atualmente, são<br />

60 circos integrantes da Rede.<br />

As novas gerações de circenses,<br />

desanimadas com a falta de apoio<br />

legal, sonham em ser contratadas por<br />

um circo estrangeiro como os da França,<br />

Portugal, Las Vegas, onde os circenses<br />

são mais valorizados. Para a<br />

coordenadora da RAC, a conclusão é<br />

clara: “O Brasil precisa, urgente, de<br />

políticas públicas para o circo. A técnica<br />

é eterna, mas não o circo. Ele e suas<br />

famílias tradicionais estão em risco de<br />

extinção, pois sempre foram esquecidas<br />

pelos governantes”.<br />

Circo contemporâneo<br />

A arte milenar experimenta agora<br />

uma ramificação chamada de circo contemporâneo.<br />

Os novos artistas aprendem<br />

em escolas e não mais com a<br />

família, como antigamente. A primeira<br />

escola de circo surgiu no Rio de Janeiro<br />

em 1982, chamada Escola Nacional de<br />

Circo. Em todo o país, escolas e projetos<br />

sociais ensinam as técnicas circenses<br />

e, quando formados, os jovens que<br />

participaram criam grupos e passam a<br />

se apresentar ao público. É o que<br />

viveu, por exemplo, a mineira Luciana<br />

Menin(foto) que fez sua formação em<br />

Belo Horizonte e Londres, com balé,<br />

teatro e circo. Depois, já em São Paulo,<br />

trabalhou em espaço aberto por muito<br />

tempo com o Circo Amarillo. Após<br />

dez anos assim, e já casada com o argentino<br />

Pablo Nordio, se uniram a sete<br />

ASACAMPOS<br />

Revista Elas por Elas - Abril 2015

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