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Mães em<br />
restrição de<br />
liberdade<br />
Mulheres<br />
passam a<br />
gravidez e<br />
criam filhos<br />
por um ano<br />
dentro do<br />
presídio<br />
Um muro alto pintado de rosa parece<br />
indicar algo diferente, mas um<br />
guarda fortemente armado no portão<br />
lateral confirma: ali é mesmo um presídio<br />
feminino. Ao adentrar a instituição,<br />
no entanto, é possível perceber<br />
que lá não estão apenas mulheres, mas<br />
também crianças bem pequenas e gestantes.<br />
Roupinhas de bebê penduradas<br />
no varal secam ao sol e colorem uma<br />
cinzenta realidade: a do aprisionamento.<br />
Assim é o Centro de Referência<br />
à Gestante Privada de Liberdade,<br />
localizado em Vespasiano, região metropolitana<br />
de Belo Horizonte.<br />
Abrigando atualmente 65 mulheres,<br />
o local é destino de mulheres que<br />
tiveram envolvimento com drogas e<br />
crimes. Ali elas pagam suas penas em<br />
condições um pouco mais dignas do<br />
que em penitenciárias tradicionais. A<br />
ideia é proporcionar um ambiente<br />
mais saudável para que as crianças se<br />
desenvolvam um pouco melhor dentro<br />
e fora da barriga, que possam ser amamentadas<br />
e reforcem o vínculo com<br />
suas mães, condutas fundamentais no<br />
primeiro ano de vida.<br />
Neste presídio não há grades nem<br />
celas. As mulheres dormem em alojamentos<br />
coletivos e berços de ferro<br />
ficam ao lado das camas. Há desenhos<br />
nas paredes, brinquedos e utensílios<br />
infantis. Crianças estão no colo de<br />
suas mães ou de outras mulheres presas,<br />
que se ocupam do cuidado<br />
Revista Elas por Elas - Abril 2015