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MIOLO ELA POR ELAS Nº 8

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82<br />

Rosa Roma, sua neta Ranyelle e sua filha Ramyrez<br />

CARLA <strong>POR</strong>TUGAL<br />

o circo. Hoje apenas ela e uma irmã,<br />

em São Paulo, seguem a tradição da<br />

família. “Tenho 50 anos e não me<br />

vejo fora do circo. Estudei magistério,<br />

cheguei até a dar aula, mas não era<br />

isso que queria. O circo é o meu lugar.<br />

Costumo dizer que quando chegar a<br />

minha hora de partir, meu velório será<br />

dentro do circo, todos, com figurino,<br />

cantando música circense”, finaliza.<br />

De acordo com a sua filha Ramyrez,<br />

o sonho da família é ter seu próprio<br />

circo. “Estamos trabalhando para realizar<br />

este projeto ainda este ano. Eu e<br />

meu marido somos de famílias circenses<br />

tradicionais e queremos dar continuidade<br />

a esta cultura tão importante. Nós,<br />

nossa filha, minha tia, mãe, irmão,<br />

meu padastro, que é iluminador e sonoplasta<br />

de circo, enteados...a turma<br />

é grande e será um circo que unirá o<br />

antigo ao moderno, com muita criatividade”,<br />

conta Ramyrez.<br />

deixar as crianças. Fazia tudo sozinha e<br />

enfrentava a discriminação de estar sem<br />

marido. Muita dificuldade de ser contratada,<br />

pois muitos acham que mulher<br />

separada quer arrumar homem. Se for<br />

casada, a situação é bem melhor. Para<br />

evitar problemas de ciúme, no circo,<br />

sempre a própria esposa é a dupla do<br />

marido ou sua assistente de palco”,<br />

explica.<br />

Segundo Rosa, a cada lona levantada,<br />

mil histórias para contar. “Me recordo<br />

de uma vez, em Campina Verde,<br />

e eu já era conhecida no nordeste pela<br />

música. Uma emissora de rádio descobriu<br />

meu aniversário e me chamou para<br />

uma entrevista. Ao vivo, contei minha<br />

vida e que estava enfrentando a doença<br />

do pânico. Quando foi à noite, o circo<br />

estava lotado, como nunca. E as pessoas<br />

gritavam pelo meu nome e chamavam<br />

de guerreira, quando entrei no picadeiro.<br />

Foi emocionante”, lembra Rosa.<br />

Depois de rodar por vários circos e<br />

cidades, seus filhos, já adolescentes,<br />

foram contratados pelo circo do ator<br />

Marcos Frota, em Maceió. “Pouco depois,<br />

também trabalhei com vendas,<br />

fotografias, fui camareira e até dirigi<br />

espetáculo deste circo. Hoje minha<br />

filha, com 24 anos, está no Broadway,<br />

se casou com um globista de lá, e tem<br />

uma filha de 4 anos, Ranyelle. Estou<br />

com eles neste circo fazendo recepção,<br />

número musical com dublagem e minha<br />

neta entra junto. Tudo que faço, ela<br />

faz. E meu filho trabalha no Circo dos<br />

Sonhos, no Rio de Janeiro”, conta.<br />

Após a morte da mãe da Rosa,<br />

seus irmãos foram aos poucos, deixando<br />

Respeitável Público<br />

O sonho de ser dona do próprio<br />

circo tornou-se realidade para a família<br />

da amazonense Andréia Carvalho Atiares<br />

(40 anos). “Depois de trabalharmos<br />

a vida toda para outros, conseguimos<br />

o nosso Atiare’s Cirkus há menos de<br />

um ano. O mais importante para mim<br />

é mantermos a família no mesmo circo.<br />

Isso é uma vitória e uma bênção de<br />

Deus!”, diz Andréia ao afirmar que o<br />

circo é sua vida. “Comecei aprendendo<br />

a arte aos cinco anos, com balé aéreo,<br />

depois trapézio, até que fui contratada,<br />

aos 15 anos, pelo Big Circo. Aos 18<br />

anos, fui para o Gran Dallas Lincoln<br />

Circos e, ao fazermos uma apresentação<br />

na Bolívia, conheci meu marido,<br />

Raomir Atiares, que já era trapezista.<br />

Revista Elas por Elas - Abril 2015

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