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MIOLO ELA POR ELAS Nº 8

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20<br />

Virgínia Barros<br />

Movimento estudantil<br />

Presidenta da União Nacional dos<br />

Estudantes no Brasil, cursou a faculdade<br />

de Direito, em Recife. Foi presidenta da<br />

União Estadual dos Estudantes daquele<br />

estado. É militante da União da Juventude<br />

Socialista (UJS) e do Partido Comunista<br />

do Brasil (PCdoB).<br />

ARQUIVO UNE<br />

O movimento estudantil é uma escola<br />

capaz de ampliar a nossa visão da educação<br />

e o nosso entendimento sobre o<br />

Brasil. Eu sempre senti que o conhecimento<br />

assimilado na sala de aula tem<br />

limites. Temos mais possibilidades de<br />

entender a sociedade a partir do momento<br />

em que incorporamos a luta dos<br />

movimentos sociais. Daí em diante,<br />

cria-se a possibilidade de compreender<br />

e interferir nos rumos da sociedade.<br />

Na história brasileira, podemos fazer<br />

referência a uma série de mulheres<br />

que se destacaram pela luta política e<br />

social. Contudo, uma, em especial, é<br />

a Patrícia Galvão (Pagu). Foi uma das<br />

figuras mais importantes do modernismo<br />

brasileiro. Através da arte e da militância<br />

política, ela contribuiu para um<br />

país melhor. É uma mulher que me<br />

inspirou com sua rebeldia e sensibilidade.<br />

É uma história que deve ser contada<br />

para as próximas gerações.<br />

Outra mulher que provocou mudanças<br />

na forma de participação das<br />

brasileiras na política é a presidenta<br />

Dilma. Ela tem uma trajetória marcante,<br />

desde a juventude, quando resistiu de<br />

forma tão brava à ditadura militar.<br />

Abriu portas para que muitas outras<br />

possam percorrer esse caminho.<br />

Ainda existe resistência à participação<br />

das mulheres em diversos espaços<br />

de poder. Isso acontece no ambiente<br />

das universidades, no ramo empresarial,<br />

na área científica e também na política.<br />

As mulheres que se destacam nas esferas<br />

de poder, infelizmente, ainda sofrem<br />

preconceito. Só que cada vez<br />

mais mulheres têm vencido essas barreiras<br />

e contribuído para naturalizar a<br />

presença feminina nesses espaços.<br />

As universidades brasileiras ainda<br />

reproduzem as contradições sociais. A<br />

estrutura destas instituições de ensino<br />

ainda não está adaptada para a nossa<br />

presença. Isso faz com que ainda tenhamos<br />

casos de violência de gênero<br />

nestes espaços. A violência é um braço<br />

do machismo, mas não é o único.<br />

Ainda temos muito a avançar na luta<br />

feminista em nosso país.<br />

Eu me considero uma feminista e a<br />

UNE é uma entidade feminista. Nós<br />

temos objetivos gerais em torno do<br />

curso da luta política brasileira, em especial,<br />

no debate sobre a universidade.<br />

Consideramos que não é possível debater<br />

a sociedade brasileira sem inserir<br />

nesse contexto a luta pela emancipação<br />

das mulheres.<br />

Ser feminista é compreender que<br />

homens e mulheres devem ter direitos<br />

iguais e oportunidades compatíveis<br />

para desenvolver suas potencialidades.<br />

É somar à luta para fazer com que as<br />

mulheres possam estar em um campo<br />

que é seu de direito. Ser protagonista<br />

na sociedade, sem nenhum tipo de resistência<br />

e preconceito de gênero, classe,<br />

orientação sexual ou raça. É lutar<br />

por uma sociedade igualitária.<br />

Diana Broggi<br />

Movimentos populares<br />

Graduada em psicologia, milita no<br />

movimento Popular Pátria Grande da<br />

Argentina e na Associação dos Trabalhadores<br />

do Estado. Foi integrante da<br />

Direção das Políticas de Gênero da cidade<br />

de La Plata, província de Buenos<br />

Aires.<br />

Na América Latina, as expressões<br />

dos movimentos de mulheres e feministas<br />

são heterogêneas e amplas. O<br />

processo histórico do feminismo não<br />

é o mesmo na Venezuela, Argentina,<br />

Brasil ou Nicarágua. Contudo, ainda<br />

assim, com as diferenças e origens<br />

próprias em cada território, há um<br />

ARQUIVO PESSOAL<br />

Revista Elas por Elas - Abril 2015

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