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Virgínia Barros<br />
Movimento estudantil<br />
Presidenta da União Nacional dos<br />
Estudantes no Brasil, cursou a faculdade<br />
de Direito, em Recife. Foi presidenta da<br />
União Estadual dos Estudantes daquele<br />
estado. É militante da União da Juventude<br />
Socialista (UJS) e do Partido Comunista<br />
do Brasil (PCdoB).<br />
ARQUIVO UNE<br />
O movimento estudantil é uma escola<br />
capaz de ampliar a nossa visão da educação<br />
e o nosso entendimento sobre o<br />
Brasil. Eu sempre senti que o conhecimento<br />
assimilado na sala de aula tem<br />
limites. Temos mais possibilidades de<br />
entender a sociedade a partir do momento<br />
em que incorporamos a luta dos<br />
movimentos sociais. Daí em diante,<br />
cria-se a possibilidade de compreender<br />
e interferir nos rumos da sociedade.<br />
Na história brasileira, podemos fazer<br />
referência a uma série de mulheres<br />
que se destacaram pela luta política e<br />
social. Contudo, uma, em especial, é<br />
a Patrícia Galvão (Pagu). Foi uma das<br />
figuras mais importantes do modernismo<br />
brasileiro. Através da arte e da militância<br />
política, ela contribuiu para um<br />
país melhor. É uma mulher que me<br />
inspirou com sua rebeldia e sensibilidade.<br />
É uma história que deve ser contada<br />
para as próximas gerações.<br />
Outra mulher que provocou mudanças<br />
na forma de participação das<br />
brasileiras na política é a presidenta<br />
Dilma. Ela tem uma trajetória marcante,<br />
desde a juventude, quando resistiu de<br />
forma tão brava à ditadura militar.<br />
Abriu portas para que muitas outras<br />
possam percorrer esse caminho.<br />
Ainda existe resistência à participação<br />
das mulheres em diversos espaços<br />
de poder. Isso acontece no ambiente<br />
das universidades, no ramo empresarial,<br />
na área científica e também na política.<br />
As mulheres que se destacam nas esferas<br />
de poder, infelizmente, ainda sofrem<br />
preconceito. Só que cada vez<br />
mais mulheres têm vencido essas barreiras<br />
e contribuído para naturalizar a<br />
presença feminina nesses espaços.<br />
As universidades brasileiras ainda<br />
reproduzem as contradições sociais. A<br />
estrutura destas instituições de ensino<br />
ainda não está adaptada para a nossa<br />
presença. Isso faz com que ainda tenhamos<br />
casos de violência de gênero<br />
nestes espaços. A violência é um braço<br />
do machismo, mas não é o único.<br />
Ainda temos muito a avançar na luta<br />
feminista em nosso país.<br />
Eu me considero uma feminista e a<br />
UNE é uma entidade feminista. Nós<br />
temos objetivos gerais em torno do<br />
curso da luta política brasileira, em especial,<br />
no debate sobre a universidade.<br />
Consideramos que não é possível debater<br />
a sociedade brasileira sem inserir<br />
nesse contexto a luta pela emancipação<br />
das mulheres.<br />
Ser feminista é compreender que<br />
homens e mulheres devem ter direitos<br />
iguais e oportunidades compatíveis<br />
para desenvolver suas potencialidades.<br />
É somar à luta para fazer com que as<br />
mulheres possam estar em um campo<br />
que é seu de direito. Ser protagonista<br />
na sociedade, sem nenhum tipo de resistência<br />
e preconceito de gênero, classe,<br />
orientação sexual ou raça. É lutar<br />
por uma sociedade igualitária.<br />
Diana Broggi<br />
Movimentos populares<br />
Graduada em psicologia, milita no<br />
movimento Popular Pátria Grande da<br />
Argentina e na Associação dos Trabalhadores<br />
do Estado. Foi integrante da<br />
Direção das Políticas de Gênero da cidade<br />
de La Plata, província de Buenos<br />
Aires.<br />
Na América Latina, as expressões<br />
dos movimentos de mulheres e feministas<br />
são heterogêneas e amplas. O<br />
processo histórico do feminismo não<br />
é o mesmo na Venezuela, Argentina,<br />
Brasil ou Nicarágua. Contudo, ainda<br />
assim, com as diferenças e origens<br />
próprias em cada território, há um<br />
ARQUIVO PESSOAL<br />
Revista Elas por Elas - Abril 2015