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humana, o que ressignificou para mim<br />
toda uma temática profissional e<br />
humana”, relata Fernanda.<br />
De acordo com ela, os problemas<br />
que envolvem a questão racial no Brasil<br />
e no mundo refletem a história de dominação<br />
e saqueamento de direitos e<br />
bens culturais do povo negro, disseminada<br />
ao longo de muitos séculos. “É<br />
preciso muito trabalho e o amplo acesso<br />
a uma educação de qualidade para transformar<br />
o que se naturalizou historicamente.<br />
O professor é, por isso, peçachave<br />
no percurso da transformação e<br />
justiça social ao investir em um trabalho<br />
diferenciado em sala de aula, mesmo<br />
em condições adversas”, observa.<br />
Riqueza africana<br />
Professora Fernanda Gontijo realiza visita à Casa África.<br />
Outra iniciativa reconhecida pelo<br />
Prêmio Educa Minas é a da professora<br />
Aline Tadeu Lopes, também em uma<br />
escola particular da capital. Ela desenvolveu<br />
o projeto Cultura Afro-brasileira<br />
e Africana com alunos de diferentes<br />
idades do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.<br />
Diversas atividades apresentaram<br />
um pouco da riqueza que o continente<br />
africano trouxe para o Brasil.<br />
As crianças participaram de brincadeiras<br />
de origem africana, de contação de histórias,<br />
de peça teatral, de exposição de<br />
telas do artista Marcial Ávila com o<br />
tema Anjos Negros, de conversa com<br />
pessoas de origem angolana, que levaram<br />
à escola esculturas e informações sobre<br />
a cultura e a comida do país, e também<br />
assistiram a uma apresentação de dança<br />
afro com o Grupo Bataka. Ela conta<br />
que os alunos gostaram muito do projeto,<br />
que foi também premiado no prêmio<br />
Inovações Pedagógicas, do Sesc.<br />
Aline conta que, desde que cursou<br />
Pedagogia, se preocupou em aprofundar<br />
na temática, e por isso, fez sua monografia<br />
sobre a Lei 10.639. Para ela, a<br />
educação é um instrumento para a construção<br />
de uma sociedade anti-racista.<br />
“Cabe a nós, professoras e professores,<br />
promover atividades voltadas para a<br />
questão étnico-racial, pois é assim que<br />
construiremos uma educação voltada<br />
para o respeito e valorização do negro<br />
na sociedade brasileira”, destaca.<br />
ARQUIVO PESSOAL<br />
Professoras<br />
são maioria nas<br />
escolas<br />
brasileiras<br />
Outra premiação, em escala nacional,<br />
também repercute iniciativas de<br />
professoras que resolveram fazer diferente<br />
em suas escolas e assim fizeram<br />
a diferença na vida de inúmeros alunos.<br />
É o Prêmio Professores do Brasil,<br />
cuja cerimônia de sua 8ª edição foi<br />
realizada em dezembro de 2014, na<br />
cidade de São Paulo. Promovido pelo<br />
Ministério da Educação, o prêmio reconhece<br />
iniciativas de professores da<br />
educação básica pública. “O prêmio<br />
atende a uma das metas do Plano Nacional<br />
de Educação, a valorização dos<br />
professores. Necessitamos de ações<br />
que tornem os educadores motivados<br />
e comprometidos. Com acesso a planos<br />
de carreira, salários atrativos, formação<br />
inicial e continuada de qualidade, reconhecimento<br />
de seu papel social e<br />
referência para a nossa sociedade”,<br />
aponta o documento final do Prêmio.<br />
Em 2014, concorreram 6.808 projetos,<br />
e apenas 39 professores foram<br />
premiados por suas iniciativas. O resultado<br />
confirma a participação majoritária<br />
das mulheres na educação. Foram<br />
32 professoras e apenas sete professores<br />
premiados. No universo mais<br />
amplo das escolas públicas brasileiras,<br />
as mulheres são mesmo maioria. Segundo<br />
dados do Instituto Nacional de<br />
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio<br />
Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da<br />
Educação, em 2013, havia 2.148.023<br />
professores na educação básica, e,<br />
deste total, 1.724.653 eram mulheres.<br />
Revista Elas por Elas - Abril 2015