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MIOLO ELA POR ELAS Nº 8

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96<br />

humana, o que ressignificou para mim<br />

toda uma temática profissional e<br />

humana”, relata Fernanda.<br />

De acordo com ela, os problemas<br />

que envolvem a questão racial no Brasil<br />

e no mundo refletem a história de dominação<br />

e saqueamento de direitos e<br />

bens culturais do povo negro, disseminada<br />

ao longo de muitos séculos. “É<br />

preciso muito trabalho e o amplo acesso<br />

a uma educação de qualidade para transformar<br />

o que se naturalizou historicamente.<br />

O professor é, por isso, peçachave<br />

no percurso da transformação e<br />

justiça social ao investir em um trabalho<br />

diferenciado em sala de aula, mesmo<br />

em condições adversas”, observa.<br />

Riqueza africana<br />

Professora Fernanda Gontijo realiza visita à Casa África.<br />

Outra iniciativa reconhecida pelo<br />

Prêmio Educa Minas é a da professora<br />

Aline Tadeu Lopes, também em uma<br />

escola particular da capital. Ela desenvolveu<br />

o projeto Cultura Afro-brasileira<br />

e Africana com alunos de diferentes<br />

idades do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.<br />

Diversas atividades apresentaram<br />

um pouco da riqueza que o continente<br />

africano trouxe para o Brasil.<br />

As crianças participaram de brincadeiras<br />

de origem africana, de contação de histórias,<br />

de peça teatral, de exposição de<br />

telas do artista Marcial Ávila com o<br />

tema Anjos Negros, de conversa com<br />

pessoas de origem angolana, que levaram<br />

à escola esculturas e informações sobre<br />

a cultura e a comida do país, e também<br />

assistiram a uma apresentação de dança<br />

afro com o Grupo Bataka. Ela conta<br />

que os alunos gostaram muito do projeto,<br />

que foi também premiado no prêmio<br />

Inovações Pedagógicas, do Sesc.<br />

Aline conta que, desde que cursou<br />

Pedagogia, se preocupou em aprofundar<br />

na temática, e por isso, fez sua monografia<br />

sobre a Lei 10.639. Para ela, a<br />

educação é um instrumento para a construção<br />

de uma sociedade anti-racista.<br />

“Cabe a nós, professoras e professores,<br />

promover atividades voltadas para a<br />

questão étnico-racial, pois é assim que<br />

construiremos uma educação voltada<br />

para o respeito e valorização do negro<br />

na sociedade brasileira”, destaca.<br />

ARQUIVO PESSOAL<br />

Professoras<br />

são maioria nas<br />

escolas<br />

brasileiras<br />

Outra premiação, em escala nacional,<br />

também repercute iniciativas de<br />

professoras que resolveram fazer diferente<br />

em suas escolas e assim fizeram<br />

a diferença na vida de inúmeros alunos.<br />

É o Prêmio Professores do Brasil,<br />

cuja cerimônia de sua 8ª edição foi<br />

realizada em dezembro de 2014, na<br />

cidade de São Paulo. Promovido pelo<br />

Ministério da Educação, o prêmio reconhece<br />

iniciativas de professores da<br />

educação básica pública. “O prêmio<br />

atende a uma das metas do Plano Nacional<br />

de Educação, a valorização dos<br />

professores. Necessitamos de ações<br />

que tornem os educadores motivados<br />

e comprometidos. Com acesso a planos<br />

de carreira, salários atrativos, formação<br />

inicial e continuada de qualidade, reconhecimento<br />

de seu papel social e<br />

referência para a nossa sociedade”,<br />

aponta o documento final do Prêmio.<br />

Em 2014, concorreram 6.808 projetos,<br />

e apenas 39 professores foram<br />

premiados por suas iniciativas. O resultado<br />

confirma a participação majoritária<br />

das mulheres na educação. Foram<br />

32 professoras e apenas sete professores<br />

premiados. No universo mais<br />

amplo das escolas públicas brasileiras,<br />

as mulheres são mesmo maioria. Segundo<br />

dados do Instituto Nacional de<br />

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio<br />

Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da<br />

Educação, em 2013, havia 2.148.023<br />

professores na educação básica, e,<br />

deste total, 1.724.653 eram mulheres.<br />

Revista Elas por Elas - Abril 2015

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