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MIOLO ELA POR ELAS Nº 8

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22<br />

Desde o momento em que ainda<br />

usam fraldas, homens e mulheres deveriam<br />

ter as mesmas oportunidades,<br />

pois é em casa que as desigualdades<br />

de gênero devem desaparecer e dessa<br />

maneira todas as pessoas seriam educadas<br />

para servir a sociedade.<br />

As bandeiras de luta dos movimentos<br />

de mulheres reivindicam principalmente<br />

uma mudança no olhar da sociedade<br />

que nos vê como objetos sexuais, sobretudo,<br />

através da mídia televisiva,<br />

onde somos coisificadas. Temos campanhas<br />

que unem homens e mulheres<br />

para erradicar também o assédio sexual<br />

sofrido nas ruas.<br />

Muitas vidas de mulheres foram<br />

perdidas nas mãos de homens, porém,<br />

isso não foi em vão, porque muitas<br />

deixaram um caminho que seguimos<br />

para avançar a cada dia, apesar de enfrentarmos<br />

diversos desafios. No entanto,<br />

as mulheres não podem desistir,<br />

mas, sim, continuar lutando por seus<br />

direitos. Como seres humanos temos<br />

os mesmos direitos e eles devem ser<br />

respeitados.<br />

Vanessa Rangel<br />

Militância política<br />

Comunicadora popular, fotógrafa,<br />

redatora e editora, participa da Corrente<br />

Revolucionária Bolívar e Zamora, na<br />

Venezuela, uma entidade dos movimentos<br />

sociais, com intensa inserção na<br />

esfera política.<br />

SAULO ESLLEN MARTINS<br />

Com a chegada do presidente Hugo<br />

Chávez, em 1999, o governo bolivariano<br />

ficou marcado pela preocupação<br />

em atender as reivindicações de todos<br />

os setores que por décadas haviam<br />

sido excluídos e maltratados, dedicando<br />

especial atenção à emancipação da<br />

mulher. Em parte, isso pode ser confirmado<br />

com a aprovação da Lei Orgânica<br />

sobre os direitos das mulheres<br />

a uma vida livre de violência, em 2007,<br />

e a criação do Ministério do Poder Popular<br />

para a Mulher e a Igualdade de<br />

Gênero, em 2009, que tem dentro de<br />

suas funções proteger os direitos das<br />

mulheres e impulsionar projetos socioprodutivos.<br />

Ao longo da história mundial, o<br />

papel da mulher tem sido essencial<br />

para as revoluções. Os historiadores,<br />

seguindo o sistema patriarcal, têm se<br />

encarregado de apagar a imagem de<br />

todas aquelas que tiveram um papel<br />

de protagonista. Na Venezuela isso<br />

está mudando, o comandante Chávez<br />

entendeu a importância da mulher em<br />

todos os processos e compreendia a<br />

luta pela equidade de gênero e a necessidade<br />

de mudança desse sistema<br />

patriarcal dentro do marco da revolução,<br />

por isso, em diversas ocasiões se proclamou<br />

feminista. Trouxe à tona as<br />

histórias de mulheres guerreiras, ele<br />

sabia que esses exemplos nos dariam<br />

força para as batalhas que viriam.<br />

Segundo dados oficiais, desde o início<br />

da revolução, até 2014, a taxa de<br />

desemprego da mulher diminuiu 9%.<br />

Outro dado importante é o fato de<br />

55% dos Conselhos Comunais serem<br />

dirigidos por mulheres e 60% dos<br />

chefes das Unidades de Batalha Bolívar<br />

e Chávez, do Partido Socialista, são<br />

mulheres.<br />

Essas mudanças vão além das instituições<br />

governamentais e dos processos<br />

produtivos. É importante ressaltar os<br />

números mencionados, porque demonstram<br />

que hoje em dia a mulher<br />

venezuelana tem um papel vital dentro<br />

do processo revolucionário, pessoas<br />

que anos atrás estavam dedicadas somente<br />

ao cuidado com seus filhos e à<br />

manutenção da casa, agora são grandes<br />

lideranças para as comunidades em<br />

que habitam e para o país. Exercem<br />

suas funções com a ternura que nos<br />

caracteriza, mas, ao mesmo tempo,<br />

com a firmeza necessária.<br />

Prefeitas, ministras, governadoras,<br />

deputadas, assessoras, dirigentes de<br />

partidos políticos, são alguns dos papéis<br />

que atualmente são desenvolvidos. Não<br />

tem sido fácil, sendo que nossa batalha<br />

diária também é com essa realidade<br />

machista latino-americana que nos persegue.<br />

Ainda que os avanços tenham<br />

sido significativos, existe um longo caminho<br />

a ser percorrido. O mais importante,<br />

contudo, é que contamos<br />

com muitos companheiros/as que se<br />

questionam e entendem que não se<br />

trata de uma questão separatista, muito<br />

antes pelo contrário, o feminismo é<br />

uma questão complementar ao processo<br />

revolucionário que estamos vivendo.ø<br />

Revista Elas por Elas - Abril 2015

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