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ARQUIVO PESSOAL<br />
ENTREVISTA<br />
RAIMUNDA GOMES<br />
“Não há igualdade<br />
de oportunidade<br />
para a mulher<br />
exercer o poder”<br />
Para a professora e dirigente da<br />
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras<br />
do Brasil (CTB), Raimunda Gomes<br />
(Doquinha), que já esteve à frente da<br />
Secretaria de Mulheres da entidade, a<br />
luta não é só de uma classe contra<br />
outra, ela é também de gênero, raça e<br />
orientação sexual. Segundo ela, no<br />
caso especifico das mulheres, está comprovado<br />
que elas possuem a mesma<br />
capacidade política e administrativa<br />
dos homens, o que lhes falta é igualdade<br />
de oportunidade para exercer o poder.<br />
Ela afirma que ao romper com o<br />
estereotipo de passiva e subserviente e<br />
assumir o espaço público, as mulheres<br />
disputam com seus próprios companheiros<br />
homens e também com as<br />
próprias mulheres, que por falta de<br />
compreensão do papel da mulher na<br />
sociedade patriarcal, acabam reproduzindo<br />
a discriminação contra a mulher<br />
no movimento sindical, criando armadilhas<br />
para as mulheres não ascenderem<br />
politicamente.<br />
Doquinha acredita que há um jeito<br />
masculino e outro feminino de fazer<br />
sindicalismo. “Os homens pensam mais<br />
na universalidade das lutas e as mulheres<br />
pensam para além disso, elas conciliam<br />
a pauta geral do movimento sindical<br />
com as especificidades que brotam das<br />
questões subjetivas da luta, principalmente<br />
em relação à sua condição no<br />
mundo do trabalho”, afirma. Confira<br />
a entrevista.<br />
Elas por Elas: Como você avalia<br />
a participação das mulheres no movimento<br />
sindical?<br />
Determinante no processo de democratização<br />
dos espaços e valorização<br />
das opiniões que as mulheres possuem<br />
acerca dos mais diversos assuntos, principalmente<br />
seus direitos no mundo do<br />
trabalho. A pesar da sub-representação<br />
nas direções, nos cargos decisórios das<br />
entidades sindicais, a participação das<br />
mulheres tem pavimentado uma estrada<br />
que é longa e íngreme, haja vista, a<br />
conquista de secretarias da mulher na<br />
Revista Elas por Elas - Abril 2015