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MÓDULO 2 I DOUTRINA DOS ANJOS<br />
e) Belzebu<br />
Este nome, <strong>de</strong> origem aramaica, proce<strong>de</strong> do hebraico ב ע ל ז בו ב ״ - Baal-Zebube” (senhor do inseto ou<br />
senhor das moscas). Posteriormente foi <strong>de</strong>signado pelos ju<strong>de</strong>us para “senhor do monturo” referindo-se a Satanás,<br />
príncipe dos espíritos malignos. Certa feita, após Jesus libertar um cego e mudo os fariseus acusaram-no <strong>de</strong><br />
expelir “<strong>de</strong>mônios senão pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Belzebu, maioral dos <strong>de</strong>mônios” (Mateus 12.24). A palavra maioral no<br />
grego é “α ρ χ ώ ν - archon”, que significa “governador, comandante, chefe, lí<strong>de</strong>r”. Assim, por meio <strong>de</strong>ste texto<br />
sabemos que Satanás governa os espíritos malignos na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> príncipe.<br />
f) Belial<br />
Este nome, ב ל י ע ל“ - baliya ‘al” em hebraico, foi usado no Antigo Testamento para <strong>de</strong>signar homens ímpios,<br />
perversos, companheiro vil (Deuteronômio 13.13; Juizes 19.22; 20.13; 1 Samuel 2.12; 10.27; Provérbios 6.12;<br />
19.28). No grego “β ε λ κ χ λ - Belial ou β ε λ ίΟ φ - Beliar” significa alguém “inútil ou malvado”. É também<br />
um dos nomes do diabo (2 Coríntios 6.15).<br />
g) Tentador<br />
Na primeira aparição do diabo registrada nas Escrituras ele tentou e enganou Adão e Eva no jardim do É<strong>de</strong>n<br />
(Gênesis 3.1). Este sempre foi o seu principal método <strong>de</strong> operação: tentar, enganar, ocultar, seduzir, camuflar e<br />
<strong>de</strong>turpar. Satanás tenta os servos <strong>de</strong> Deus com o propósito <strong>de</strong> <strong>de</strong>struí-los, como bem disse Steven Lawson: “Ο<br />
diabo brinca com nossa mente e luta para que pensemos erradamente sobre as <strong>de</strong>cisões que tomamos. Por meio<br />
<strong>de</strong> suas mentiras camufladas <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, ele nos tenta, a fim <strong>de</strong> que admitamos que preto seja branco e viceversa.<br />
Apresenta 0 bem como mal e mal como bem”.17<br />
A tentação é uma das maiores armas do arsenal <strong>de</strong> Satanás; por isso ele é chamado <strong>de</strong> Tentador. No grego<br />
a palavra tentação é “πειρασμόν - peirasmos”, que po<strong>de</strong> significar “testar ou provar algo”. O termo significa<br />
“uma prova <strong>de</strong> retidão” ou “uma indução para 0 mal”, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do contexto. Quando proce<strong>de</strong>nte do Diabo, é<br />
sempre para a prática do mal. 1<br />
h) Príncipe <strong>de</strong>ste mundo<br />
Esse título atribuído a Satanás <strong>de</strong>monstra sua influência sobre as autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste mundo (gr. κ ο σ μ ο ς<br />
- kosmos). Esta palavra “mundo” possui algumas idéias em sua forma verbal, por exemplo: colocar as coisas em<br />
or<strong>de</strong>m, sistematizar e adornar ou <strong>de</strong>corar. A partir <strong>de</strong>ssa última forma originou-se o vocábulo “cosmético”, que é<br />
o conceito <strong>de</strong> adornar a aparência exterior.<br />
Assim, no Novo Testamento, 0 termo “mundo” é empregado no sentido <strong>de</strong> planeta Terra (cf. João 1.10; Atos<br />
17.24). Também é utilizado para significar os habitantes da Terra, referindo-se ora às pessoas em geral, como em<br />
João 3.16, ora a todos os incrédulos, alheios para com Deus, como em João 14.17 e 15.18. Mas é a concepção<br />
<strong>de</strong> sistema mundial, belamente organizado e disposto a funcionar sem a direção <strong>de</strong> Deus, que vem ao encontro<br />
do que preten<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>monstrar. O sistema mundial está adornado com belos conceitos <strong>de</strong> cultura, música, arte,<br />
filosofia, religião etc. Não são más em si mesmas, entretanto Satanás distorce seus sentidos, afastando o homem<br />
<strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro relacionamento com Deus, sendo digno do título a ele atribuído: príncipe <strong>de</strong>ste mundo.<br />
No grego a palavra usada para príncipe é “αρχώ ν - archon”, que po<strong>de</strong> ser traduzida por “governador,<br />
comandante, chefe, lí<strong>de</strong>r”, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos concluir que ele exerce gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (concedido por Deus) e<br />
influência sobre esse sistema. Ele mesmo disse que recebeu este direito <strong>de</strong> se fazer obe<strong>de</strong>cer: “Disse-lhe 0 diabo:<br />
Dar-te-ei toda esta autorida<strong>de</strong> e a glória <strong>de</strong>stes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser”<br />
(Lucas 4.6).<br />
Por três vezes Jesus atribuiu esse nome a ele: “Chegou o momento <strong>de</strong> ser julgado este mundo, e agora o seu<br />
príncipe será expulso” (João 12.31); “Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele<br />
17 LAWSON, Steven. Op. cit., p. 24.<br />
CURSO DE TEOLOGIA<br />
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