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Curso-de-Teologia-modulo-II

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MÓDULO 2 I DOUTRINA DE CRISTO<br />

Mas nem todo o socorro que uma pessoa po<strong>de</strong>ria ter prestado, nem todas as recompensas que um príncipe<br />

po<strong>de</strong>ria ter dado, nem todos os sacrifícios que pu<strong>de</strong>ram ser feitos aos <strong>de</strong>uses, permitiriam que Nero se<br />

visse livre da infâmia da suspeita <strong>de</strong> ter or<strong>de</strong>nado 0 gran<strong>de</strong> incêndio, 0 incêndio <strong>de</strong> Roma. De modo que,<br />

para acabar com os rumores, acusou falsamente as pessoas comumente chamadas <strong>de</strong> cristãs, que eram<br />

odiadas por suas atrocida<strong>de</strong>s, e as puniu com as mais terríveis torturas. Christus, 0 que <strong>de</strong>u origem ao<br />

nome cristão, foi con<strong>de</strong>nado à morte por Pôncio Pilatos, durante 0 reinado <strong>de</strong> Tibério; mas reprimida<br />

por algum tempo, a superstição perniciosa irrompeu novamente, não apenas em toda Judéia, on<strong>de</strong> o<br />

problema teve início, mas também em toda cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Roma (Anais XV.44).<br />

Tácito <strong>de</strong>screveu preconceitos difundidos sobre os cristãos junto com poucas, no entanto bastante precisas,<br />

informações sobre Cristo e o movimento cristão.<br />

11.4 PLÍNIO, O JOVEM (61 - 120 d.C)<br />

Plinius Caecilius Secundus era membro da aristocracia romana, advogado e funcionário público. Por volta <strong>de</strong><br />

111 d.C., Plínio foi enviado pelo imperador Trajano (98-117) à província da Bitínia e Ponto para averiguar acusações<br />

contra os cristãos. Nesse período ele manteve ampla correspondência com Trajano, do que nos restou uma coleção<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z volumes. Numa <strong>de</strong>ssas cartas, Plínio <strong>de</strong>screve as práticas <strong>de</strong> adoração dos primeiros cristãos:<br />

...quod essent soliti stato die ante lucem convenire carmenque Christo quase <strong>de</strong>o dicere secum invicem<br />

seque sacramento non in scelus aliquod stringere, sed ne furta, ne latrocina, ne adulteria committerent, ne fi<strong>de</strong>m<br />

fallerent, ne <strong>de</strong>positum adpellati abnegarent.<br />

[Eles tinham] o costume <strong>de</strong> se reunir antes do amanhecer num certo dia, quando então cantavam responsivamente<br />

os versos <strong>de</strong> um hino a Cristo, tratando-o como Deus, e prometiam solenemente uns aos outros a não cometer<br />

malda<strong>de</strong> alguma, não <strong>de</strong>fraudar, não roubar, não adulterar, nunca mentir, e a não negar a fé quando fossem<br />

instados a fazê-lo (Epístola X, 96).<br />

Nesse relato, Plínio confirma várias referências do Novo Testamento, entre elas, e principal, que os cristãos<br />

adoravam Jesus como seu Deus.<br />

11.5 SUETÔNIO<br />

Caius Suetonius Tranquillus era membro da or<strong>de</strong>m dos cavaleiros, advogado, amigo particular <strong>de</strong> Plinius<br />

Caecilius, que lhe abriu os caminhos para os mais altos cargos públicos sob o governo dos imperadores Trajano<br />

e Adriano. Desse modo, Suetônio obteve acesso a todos os arquivos reais para redigir sua obra mais importante,<br />

a biografia dos imperadores {De vita Caesarum - Vida dos Césares). Essas Vitae, quase que integralmente<br />

conservadas, <strong>de</strong>screvem em oito volumes a vida <strong>de</strong> todos os doze césares, <strong>de</strong> Júlio César a Domiciano.<br />

O motivo da menção a Cristo foi uma expulsão <strong>de</strong> ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong> Roma sob 0 governo do imperador Cláudio (41-<br />

54), que também é citada em Atos 18.2: “Cláudio havia <strong>de</strong>cretado que todos os ju<strong>de</strong>us se retirassem <strong>de</strong> Roma<br />

(dioti o Jkaudior eiwe diatanei ma amawyqgsysi pamter oi Ioudaioi ej tgr Qylgr)”. Sobre Cristo, que é referido<br />

como Chrestus, ele diz o seguinte:<br />

“Judaeos impulsore Chresto assidue tumultuantes Roma expulit (Ele expulsou <strong>de</strong> Roma os ju<strong>de</strong>us que,<br />

incitados por Chrestus, não paravam <strong>de</strong> provocar tumultos” - Vida <strong>de</strong> Cláudio, 25.4).<br />

Escreveu ainda: “Nero infligiu castigo aos cristãos, um grupo <strong>de</strong> pessoas dadas a uma superstição nova e<br />

maléfica” (Vidâ dos Césares, 26.2).<br />

CURSO DE TEOLOGIA<br />

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