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MÓDULO 1 1DOUTRINA DE CRISTO<br />
Deus, <strong>de</strong> valor etemo, ou seja: “On<strong>de</strong> estiver o seu tesouro, ali também estará 0 seu coração” (v. 34).<br />
Em Mateus Jesus disse: “Vós sois 0 sal da terra; ora, se 0 sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?<br />
Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se po<strong>de</strong><br />
escon<strong>de</strong>r a cida<strong>de</strong> edificada sobre um monte; nem se acen<strong>de</strong> uma can<strong>de</strong>ia para colocá-la <strong>de</strong>baixo do alqueire, mas<br />
no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens,<br />
para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.13-16). Em Mateus<br />
5.17-20 Jesus <strong>de</strong>ixa claro que “não <strong>de</strong>saparecerá da Lei [aqui se refere à totalida<strong>de</strong> do Antigo Testamento] a<br />
menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra”. Mas o cumprimento não será segundo uma interpretação<br />
meramente superficial, farisaica: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exce<strong>de</strong>r em muito a dos escribas<br />
e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (v. 20). Nesse contraste entre as injunções literais do Antigo<br />
Testamento e as intenções do coração do crente em Cristo, Jesus passa a consi<strong>de</strong>rar os assuntos do homicídio, do<br />
adultério, do divórcio, dos juramentos, da vingança e do amor aos inimigos, conforme segue.<br />
O homicídio já está no coração <strong>de</strong> quem o<strong>de</strong>ia o seu próximo (v. 21-26). O adultério já está no coração <strong>de</strong><br />
quem cobiça uma mulher (v. 27-30). Quem se divorcia da sua esposa já a expõe ao adultério, e quem se casar com<br />
a mulher divorciada está adulterando (v. 31-32). Os juramentos não po<strong>de</strong>m ser prestados em nome <strong>de</strong> nenhum<br />
objeto no universo; basta um simples “sim” ou “não” diante do próprio Criador do universo (v. 33-37).<br />
Havendo cada vez mais oposição por parte dos lí<strong>de</strong>res religiosos judaicos contra Jesus, por rejeitarem<br />
sua autorida<strong>de</strong> divina e os indícios <strong>de</strong> ser ele o Messias, Jesus passou a usar muitas parábolas, histórias<br />
baseadas na vida diária bem conhecida, que apontavam para as verda<strong>de</strong>s divinas. Quando Jesus dizia: “O<br />
Reino <strong>de</strong> Deus é semelhante a...” fazia “semelhanças”, comparações, e a Bíblia <strong>de</strong> Lutero chama “parábola”<br />
<strong>de</strong> Gleichnis = semelhança.<br />
Antes <strong>de</strong> passarmos a algumas parábolas, po<strong>de</strong>mos ressaltar que gran<strong>de</strong> volume do que Jesus falava às<br />
multidões era em resposta aos ataques verbais dos escribas e fariseus, que sempre queriam <strong>de</strong>smoralizá-lo em<br />
público. Quanto aos lí<strong>de</strong>res religiosos que “fingiam” viver uma vida religiosa enquanto viviam <strong>de</strong> modo contrário,<br />
e que eram os inimigos mais virulentos do crente em Cristo, a palavra “hipócrita” (gr. Υ ποκριτής - hupokrites),<br />
que em grego significava “ator mascarado” no palco, foi-lhes aplicada por Jesus (“fingidos” é a tradução na<br />
paráfrase “Bíblia Viva’’ - Mundo Cristão), e o fato é que a hipocrisia (no sentido que temos em português, fiel<br />
ao uso por Jesus Cristo) é o pecado mais fortemente con<strong>de</strong>nado por nosso Senhor nos Evangelhos - quanto à<br />
freqüência do uso e à linguagem contun<strong>de</strong>nte usada. No fim do seu ministério público, imediatamente antes da<br />
crucificação, Jesus proferiu um discurso que catalogou todo esse comportamento hipócrita (Mateus 23).<br />
Jesus ensinava as multidões por meio <strong>de</strong> parábolas. Exemplificaremos algumas aqui, citando-lhes apenas os<br />
nomes, cada uma com sua referência bíblica, e a respectiva lição ensinada, preferivelmente quando 0 próprio Jesus<br />
tira a conclusão com as suas próprias palavras. Em cada referência bíblica aqui escolhida 0 leitor po<strong>de</strong>rá achar<br />
na sua Bíblia se há similar em outro Evangelho (pois as parábolas <strong>de</strong> Jesus são assunto dos quatro Evangelhos).<br />
A primeira, pela or<strong>de</strong>m, é a parábola do semeador, que mostra como cada ouvinte recebe a Palavra <strong>de</strong> Deus e<br />
frutifica conforme sua receptivida<strong>de</strong> a ela (Marcos 4.1-20). A parábola do joio (Mateus 13.24-30) ensina que só<br />
Deus (não nós), no fim, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a condição <strong>de</strong> quem é supostamente crente. A parábola do grão <strong>de</strong> mostarda<br />
(Marcos 4.30-32) mostra 0 crescimento da doutrina <strong>de</strong> Jesus Cristo, a partir <strong>de</strong> uma semente mínima até uma<br />
hortaliça grandíssima. Os superlativos aqui representam os superlativos em grego. Não “a menor” semente, nem<br />
“a maior” hortaliça. A parábola do fermento (Marcos 4.33) mostra como a fé em Cristo cresce invisivelmente até<br />
afetar profundamente a humanida<strong>de</strong>.<br />
As parábolas do tesouro escondido e da pérola <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor (Mateus 13.44; 13.45-46) mostram que, na<br />
conversão, a pessoa consi<strong>de</strong>ra lixo todos os valores mundanos em troca <strong>de</strong> ficar com 0 Salvador (cf. Filipenses<br />
3.8-9). A parábola da re<strong>de</strong> fala <strong>de</strong> uma pesca cristã que alcança muitas pessoas, mas nem todas se convertem<br />
em seguidores genuínos (Mateus 13.47-50). Nos ensinos <strong>de</strong> Jesus existem muitas expressões figuradas, lições<br />
morais ou exortações em linguagem <strong>de</strong> exemplificação, que são parabólicas (Lucas 14.7-11), mas nem sempre<br />
são tradicionalmente classificadas como “A parábola <strong>de</strong>...”.<br />
CURSO DE TEOLOGIA<br />
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