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Curso-de-Teologia-modulo-II

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MÓDULO 2 I HISTÓRIA DE ISRAEL<br />

A RELIGIÃO<br />

Durante o período da monarquia unida, a religião oficial <strong>de</strong> Israel, 0 Javismo, estava centralizada no Templo<br />

<strong>de</strong> Jerusalém, símbolo do Estado e da religião nacional. O culto era celebrado nesse local, tendo os sacerdotes<br />

um papel primordial nesse momento. O Javismo era uma religião <strong>de</strong> Templo, sendo 0 mais importante <strong>de</strong>les 0<br />

Templo <strong>de</strong> Jerusalém, na capital do Reino <strong>de</strong> Judá, uma vez que este era a habitação <strong>de</strong> Deus.<br />

Com a divisão do reino, o Reino do Norte teve <strong>de</strong> estabelecer outros locais <strong>de</strong> culto, uma vez que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Jerusalém e o Templo se encontravam na parte sul do território. Também por isso, a interferência dos cultos às<br />

outras divinda<strong>de</strong>s passou a ser mais constante, possibilitando algum sincretismo. Esse sincretismo teve sua origem<br />

oficial com a monarquia, pois tanto os israelitas quanto os cidadãos foram colocados sob uma mesma obrigação,<br />

através da cobrança <strong>de</strong> impostos, por exemplo. Assim, a religião teve <strong>de</strong> conciliar as diferenças entre os dois<br />

grupos, permitindo algum sincretismo, mesmo havendo representantes do Javismo puro que se colocavam contra<br />

esse processo, através <strong>de</strong> um nacionalismo religioso. Um conceito que alimentava 0 pensamento da época era a<br />

Aliança, estabelecida entre Deus e 0 povo, através da figura <strong>de</strong> Moisés, simbolizando e reafirmando a noção <strong>de</strong><br />

povo escolhido.<br />

A partir disso, um grupo <strong>de</strong> personagens passou a ter gran<strong>de</strong> interferência nesse quadro: os profetas. Uma vez que não<br />

tinham suas palavras aceitas pelos seus contemporâneos, ocorreu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> registrá-las, tomando-se as testemunhas<br />

<strong>de</strong> suas épocas, posteriormente organizadas por seus discípulos e retocadas no <strong>de</strong>correr do tempo. Acreditava-se que a<br />

palavra escrita era mais eficaz, seja por sua perpetuação ou simplesmente por algum efeito moral.<br />

O sincretismo religioso foi uma das marcas <strong>de</strong>sse período histórico. A presença <strong>de</strong> grupos politeístas ao redor<br />

sempre foi motivo <strong>de</strong> preocupação das autorida<strong>de</strong>s religiosas javistas nacionalistas, uma vez que po<strong>de</strong>riam influenciar<br />

no modo <strong>de</strong> pensar do povo, levando-o a uma mistura e à adaptação das diversas tradições existentes na região.<br />

Em alguns momentos, os próprios monarcas, <strong>de</strong>vido a uma questão <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência, passaram<br />

a cultuar ou ao menos permitir a elevação <strong>de</strong> altares <strong>de</strong> culto a divinda<strong>de</strong>s estrangeiras, causando, por parte<br />

dos lí<strong>de</strong>res religiosos, principalmente <strong>de</strong> alguns profetas, manifestações contrárias a tais <strong>de</strong>cisões. Os profetas<br />

viam nessas atitu<strong>de</strong>s motivos para a ira divina. Assim, anunciavam a <strong>de</strong>sgraça sobre o reino, levando alguns<br />

governantes a tentarem mudar tal processo.<br />

Em muitas situações do passado 0 grupo já havia sentido o peso do castigo divino <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>sobediência<br />

à Lei divina. A religião, <strong>de</strong> caráter nacional, previa que todo o grupo pagasse pelos pecados cometidos em seu<br />

meio; assim, era compreensível que todo um reino fosse <strong>de</strong>vastado, tal qual ocorrera com Israel, uma vez que<br />

seus reis e o povo eram idólatras e não cumpriram as regras estabelecidas por seu Deus. Coube aos profetas,<br />

<strong>de</strong>tentores da palavra eficaz e enviados <strong>de</strong> Deus, 0 anúncio dos castigos futuros. Eles também foram responsáveis<br />

por um aviso sobre a restauração, 0 que forneceu esperanças à população da época, mediante a realização <strong>de</strong> uma<br />

nova aliança entre Deus e seu povo.<br />

As críticas feitas pelos profetas iam diretamente contra 0 modo como 0 povo se comportava com relação a Deus,<br />

pois do mesmo modo como eram efetuadas as oferendas votivas aos outros <strong>de</strong>uses, também eram feitas ao Deus <strong>de</strong><br />

Israel. O principal era a observância dos mandamentos javistas, que haviam sido <strong>de</strong>ixados <strong>de</strong> lado pelo povo e por<br />

seus representantes. A Aliança <strong>de</strong>veria ser refeita, uma vez que o povo não soube compreendê-la.<br />

Durante o reinado <strong>de</strong> Josias, restando apenas o Reino <strong>de</strong> Judá, ele promoveu uma reforma religiosa.<br />

É possível que, observando os acontecimentos que sobrevieram ao Reino do Norte, essa reforma fosse<br />

mais do que necessária na opinião <strong>de</strong>sse monarca. Assim, a <strong>de</strong>struição dos lugares altos e das imagens <strong>de</strong><br />

CURSO DE TEOLOGIA<br />

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