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Curso-de-Teologia-modulo-II

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MÓDULO 2 ! PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO<br />

EVANGELHO SEGUNDO MATEUS<br />

Mateus po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado o evangelho da transição, ou seja. é uma ponte que liga 0 Antigo ao Novo<br />

Testamento. Há mais <strong>de</strong> cem citações diretas do Antigo Testamento. Seu propósito é <strong>de</strong>monstrar que Jesus é o<br />

Messias prometido, o verda<strong>de</strong>iro Rei <strong>de</strong> Israel, e que 0 cristianismo é 0 fiel cumprimento da Antiga Aliança.<br />

Tema: O tema central <strong>de</strong>sse evangelho é o Reino dos céus. Mateus <strong>de</strong>screve <strong>de</strong> forma minuciosa a<br />

<strong>de</strong>scendência humana do Rei (1.1-17) como também a <strong>de</strong>scendência divina (1.18-25). Ele apresenta Jesus como<br />

verda<strong>de</strong>iramente 0 Rei real, que governa em retidão, justiça e, ao mesmo tempo, é Servo Sofredor ou Varão <strong>de</strong><br />

Dores, conforme predito pelo profeta Isaías. Contudo, tragicamente não 0 reconheceram quando veio, porque<br />

seu Reino não era exatamente como imaginavam. Assim, Mateus <strong>de</strong>monstra por meio das profecias messiânicas<br />

que Jesus era aquele <strong>de</strong> quem Moisés e os profetas haviam profetizado. Mateus é o elo que liga o Antigo ao Novo<br />

Testamento: “Este livro parece efetuar uma transição, da expectação judaica <strong>de</strong> um messias político, para um<br />

״.‏Nazaré1‎ cumprimento <strong>de</strong> todas as profecias messiânicas em Jesus <strong>de</strong><br />

Seu <strong>de</strong>stinatário estava familiarizado com as Escrituras, pois nesse evangelho as palavras e obras <strong>de</strong> Jesus são<br />

geralmente acompanhadas com 0 chavão “para que se cumprisse 0 que foi dito da parte do Senhor pelo profeta”.<br />

O termo “Reino” ou “Reino dos céus” ocorre com freqüência (43 vezes), revelando outro tema importante<br />

<strong>de</strong>sse evangelho. Expõe o Reino dos céus prometido no Antigo Testamento (11.13), proclamado por João Batista<br />

e Jesus (3.2; 4.17), representado atualmente pela Igreja (16.18-19) e triunfante na segunda vinda <strong>de</strong> Jesus (25.31,<br />

34). Dos quatro evangelhos, é 0 único a falar sobre a “Igreja” (16.18 e 18.17).<br />

Autor: Uma vez que não há nenhuma referência direta <strong>de</strong> sua autoria, recorreremos à tradição para i<strong>de</strong>ntificar<br />

o autor. Os primeiros pais da Igreja Primitiva, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século segundo, atribuíram <strong>de</strong> forma unânime a Mateus<br />

a autoria <strong>de</strong>sse livro. Tanto Papias como Irineu, no segundo século, Orígenes, no terceiro, e Eusébio, no quarto,<br />

foram concor<strong>de</strong>s em atribuir a autoria <strong>de</strong>sse livro a Mateus. São poucas as informações acerca <strong>de</strong>le no Novo<br />

Testamento. Sabe-se que também era conhecido como Levi, um dos doze apóstolos <strong>de</strong> Jesus, coletor <strong>de</strong> impostos<br />

do governo romano, que foi chamado pelo Senhor para ser seu discípulo e apóstolo (9.9-13; 10.3).<br />

Para quem foi escrito: O evangelho <strong>de</strong> Mateus é claramente 0 mais judaico dos quatro, entretanto foi escrito<br />

para toda a humanida<strong>de</strong>, mas em especial para os ju<strong>de</strong>us. A intenção <strong>de</strong> dirigir-se primeiramente ao ju<strong>de</strong>u se faz<br />

notória na forma como foi <strong>de</strong>senvolvida sua redação. Segundo Pearlman, “a ausência geral <strong>de</strong> explicação dos<br />

costumes judaicos, <strong>de</strong>monstra que o evangelista escreveu a um povo familiarizado com esses costumes”.2<br />

Estrutura: Des<strong>de</strong> longa data tem-se reconhecido que o evangelho <strong>de</strong> Mateus estava dividido em cinco<br />

seções.3 Por meio do uso <strong>de</strong> um chavão (chamado colofao), 0 autor apresentava seu material numa disposição<br />

lógica e sistemática. Esses colofões são encontrados em cinco partes distintas <strong>de</strong> sua obra, a saber: 7.28; 11.1;<br />

13.53; 19.1; 26.1: “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso...”. Examine minuciosamente que 0 material<br />

que antece<strong>de</strong> estas palavras é compreendido <strong>de</strong> narrativa seguida <strong>de</strong> discurso. Portanto, essa disposição or<strong>de</strong>nada<br />

revela alguma estrutura proposital à sua obra.<br />

Devido às discordâncias quanto à estrutura, não se nutre aqui 0 <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> originalida<strong>de</strong>, mas apenas um<br />

esboço didático para aqueles que, em poucas palavras, querem respostas rápidas, mas pesquisadas em fontes<br />

seguras. Os cinco blocos estariam na seguinte disposição:<br />

' HALE, Broadus David. Introdução ao estudo do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2002. p. 85.<br />

2PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia livro po r livro. 18. ed. São Paulo: Vida, 1996. p. 194.<br />

3Cf. HALE, Broadus David. Op. cit., p. 92.<br />

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CURSO DE TEOLOGIA

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