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O papel do enfermeiro num estudo de adesão ao aleitamento materno

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participantes se encontravam em ambiente hospitalar, a responsabilida<strong>de</strong> foi sobretu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> envolvi<strong>do</strong>s na assistência a mães e recém nasci<strong>do</strong>s.<br />

Para a OMS (1989), os cuida<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> recém-nasci<strong>do</strong> durante os primeiros dias <strong>de</strong><br />

vida e sobretu<strong>do</strong> a sua forma <strong>de</strong> alimentação influenciam fortemente o <strong>de</strong>sempenho da<br />

lactação materna. A introdução <strong>de</strong> leites artificiais na alimentação infantil po<strong>de</strong>rão originar<br />

a sensibilização da criança às proteínas <strong>do</strong> leite <strong>de</strong> vaca, pelo que a norma <strong>de</strong>veria ser o<br />

<strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> exclusivo.<br />

Observamos no nosso estu<strong>do</strong> uma associação entre o tipo <strong>de</strong> parto e o recém-<br />

nasci<strong>do</strong> ter toma<strong>do</strong> LA durante o internamento hospitalar e entre o tipo <strong>de</strong> parto e o<br />

tempo <strong>de</strong> colocação <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> à mama após o nascimento.<br />

O tempo <strong>de</strong> colocação <strong>do</strong> RN à mama foi para 97 recém nasci<strong>do</strong>s<br />

excessivamente longo: 36 foram coloca<strong>do</strong>s à mama após a 6ª hora <strong>de</strong> vida, e 61 até <strong>ao</strong><br />

final da 6ª hora após o nascimento. Salienta-se contu<strong>do</strong> que a maioria (51,6%) foi<br />

colocada à mama no perío<strong>do</strong> até <strong>ao</strong> final da 2ª hora <strong>de</strong> vida.<br />

Estes resulta<strong>do</strong>s são superiores <strong>ao</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Albuquerque [et al.],<br />

1996, em que apenas 14,5% <strong>do</strong>s recém-nasci<strong>do</strong>s foram coloca<strong>do</strong>s à mama nas primeiras<br />

2 horas <strong>de</strong> vida.<br />

Dada a elevada percentagem <strong>de</strong> partos por cesariana, pensamos ser importante<br />

rever procedimentos que possibilitem uma alteração das práticas assistenciais que<br />

permitam a colocação precoce <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> à mama nestas situações.<br />

Este motivo pren<strong>de</strong>-se sobretu<strong>do</strong> com questões assistenciais que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

exclusivamente <strong>do</strong>s próprios profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, da<strong>do</strong> que habitualmente a realização<br />

<strong>de</strong> cesariana não é impeditiva da amamentação precoce.<br />

A elevada percentagem <strong>de</strong> partos distócicos <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> e<br />

nomeadamente a percentagem <strong>de</strong> cesarianas (44,5%) é superior <strong>ao</strong> <strong>do</strong>bro da<br />

percentagem recomendada pela OMS (15% -20%) para práticas <strong>de</strong> assistência <strong>ao</strong> parto.<br />

Os partos distócicos e nomeadamente as cesarianas po<strong>de</strong>m dificultar o contacto<br />

precoce e a prática precoce da amamentação (OMS, 1989), pelo que os números <strong>do</strong><br />

estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>vem merecer uma reflexão não só <strong>do</strong>s motivos que estarão na sua origem, bem<br />

como das suas consequências para as mães e recém-nasci<strong>do</strong>s.<br />

Da<strong>do</strong>s disponíveis <strong>de</strong> 2005 74 mostram que a realida<strong>de</strong> portuguesa se encontra<br />

acima da média preconizada pela OMS, com uma taxa <strong>de</strong> cesarianas <strong>de</strong> 34,7%, haven<strong>do</strong><br />

74 Entre 2001 e 2005 a taxa <strong>de</strong> nascimentos por cesariana aumentou 44,6%.<br />

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