17.04.2013 Views

O papel do enfermeiro num estudo de adesão ao aleitamento materno

O papel do enfermeiro num estudo de adesão ao aleitamento materno

O papel do enfermeiro num estudo de adesão ao aleitamento materno

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Práticas a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> alimentação revelam-se fundamentais para a<br />

sobrevivência, crescimento, <strong>de</strong>senvolvimento, saú<strong>de</strong> e nutrição <strong>de</strong> lactentes e crianças.<br />

Compreen<strong>de</strong>-se assim, que para a OMS o apoio <strong>ao</strong> <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> constitua uma<br />

recomendação mundial <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública e uma das quatro estratégias mais importantes<br />

para o aumento da sobrevivência <strong>de</strong> lactentes e crianças.<br />

To<strong>do</strong>s os dias, 40 mil crianças morrem nos países em <strong>de</strong>senvolvimento vítimas <strong>de</strong><br />

má nutrição e <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong>la resultantes, sen<strong>do</strong> a mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recém nasci<strong>do</strong>s não<br />

amamenta<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> cinco vezes maior, <strong>do</strong> que a <strong>de</strong> crianças que receberam colostro<br />

e leite <strong>materno</strong> (Teruya; Coutinho, 2002).<br />

O perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção até <strong>ao</strong> final <strong>do</strong> primeiro ano <strong>de</strong> vida,<br />

é caracteriza<strong>do</strong> por um rápi<strong>do</strong> crescimento, não mais iguala<strong>do</strong> durante a vida humana<br />

sen<strong>do</strong> que, neste perío<strong>do</strong>, as necessida<strong>de</strong>s nutricionais são quantitativa e<br />

qualitativamente diferentes das <strong>de</strong> outros perío<strong>do</strong>s etários 32 (OMS, 1989).<br />

Pequenos défices regulares no início da infância po<strong>de</strong>m causar nas crianças<br />

<strong>de</strong>ficits <strong>de</strong> peso e altura, sen<strong>do</strong> os primeiros 6 meses <strong>de</strong> vida o perío<strong>do</strong> em que os<br />

lactentes correm maior risco <strong>de</strong> atraso <strong>de</strong> crescimento por ingestão calórica restrita 33<br />

(Lissauer; Clay<strong>de</strong>n, 2003).<br />

A vulnerabilida<strong>de</strong> nutricional da criança <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às baixas reservas <strong>de</strong> gordura e<br />

proteína <strong>ao</strong> nascimento (acentuada no caso <strong>do</strong>s pré termos) e as necessida<strong>de</strong>s<br />

nutricionais exigidas para o crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento neuronal, colocam a questão<br />

<strong>do</strong> alimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para este perío<strong>do</strong> da vida humana.<br />

Nos primeiros 4 a 6 meses <strong>de</strong> vida, a criança normal encontra-se <strong>num</strong> estágio <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento funcional, que lhe permite aceitar uma dieta essencialmente líquida.<br />

Quan<strong>do</strong> são ofereci<strong>do</strong>s outros alimentos à criança estes são habitualmente regurgita<strong>do</strong>s<br />

(sobretu<strong>do</strong> antes <strong>do</strong>s 4 meses) 34 (OMS, 1989).<br />

Segun<strong>do</strong> a OMS (1989), antes <strong>do</strong>s 4 meses e face à qualida<strong>de</strong> nutricional <strong>do</strong> leite<br />

<strong>materno</strong>, a ingestão <strong>de</strong> outro alimento para além <strong>de</strong>ste é <strong>de</strong>snecessário e potencialmente<br />

prejudicial. Entre os 4 e os 6 meses, as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> energia da criança são<br />

atendidas com o leite <strong>materno</strong>, com excepção <strong>do</strong>s bebés <strong>de</strong> muito baixo peso <strong>ao</strong> nascer,<br />

que po<strong>de</strong>m necessitar <strong>de</strong> suplemento <strong>de</strong> ferro e das crianças amamentadas por mães<br />

32 No 1º mês <strong>de</strong> vida a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia e nutrientes é o triplo da <strong>de</strong> um adulto por kg <strong>de</strong> peso (OMS, 1989).<br />

Aos 4 meses, 30% da energia <strong>de</strong> uma criança é usada para o crescimento em comparação com os 5% <strong>ao</strong> ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e<br />

os 2% <strong>ao</strong>s três anos (Lissauer; Clay<strong>de</strong>n, 1998).<br />

33 Crescimento e nutrição estão intimamente relaciona<strong>do</strong>s reflectin<strong>do</strong> a estatura média <strong>de</strong> uma população, o seu esta<strong>do</strong><br />

nutricional (Lissauer; Clay<strong>de</strong>n, 1998). Segun<strong>do</strong> a OMS (2006) as diferenças no crescimento infantil <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m mais da<br />

nutrição, das práticas alimentares, <strong>do</strong> meio ambiente e da atenção sanitária <strong>do</strong> que <strong>do</strong>s factores genéticos ou éticos.<br />

34 Ao nascimento os reflexos implica<strong>do</strong>s na amamentação condicionam o recém-nasci<strong>do</strong> à alimentação líquida. Entre os 4<br />

e os 6 meses o reflexo <strong>de</strong> extrusão <strong>de</strong>saparece e a criança consegue engolir alimentos semisóli<strong>do</strong>s (OMS, 1989).<br />

41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!