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O papel do enfermeiro num estudo de adesão ao aleitamento materno

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sumária <strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong> geral, permitin<strong>do</strong> <strong>de</strong>scartar malformações ou problemas que<br />

necessitem <strong>de</strong> uma actuação imediata.<br />

Administrar vitamina K, pesar e vestir o recém-nasci<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>rão ser adia<strong>do</strong>s,<br />

permitin<strong>do</strong> que mãe e filho se <strong>de</strong>scubram e <strong>ao</strong> mesmo tempo prolonguem o contacto<br />

íntimo que usufruíram durante a gravi<strong>de</strong>z.<br />

Segun<strong>do</strong> a OMS (1989, p.17), “as experiências <strong>de</strong> uma mulher durante o trabalho<br />

<strong>de</strong> parto afectam a sua motivação em relação <strong>ao</strong> <strong>aleitamento</strong> e facilida<strong>de</strong> com que o<br />

inicia”.<br />

O uso <strong>de</strong> sedativos, analgésicos e anestésicos <strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> durante o<br />

trabalho <strong>de</strong> parto, pois embora sejam necessários para diminuir o <strong>de</strong>sconforto da<br />

parturiente, po<strong>de</strong>rão diminuir a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter um parto normal, induzir sonolência<br />

e diminuir a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucção <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> (OMS, 1989).<br />

Partos distócicos, nomeadamente cesarianas quan<strong>do</strong> efectuadas sob anestesia<br />

geral 53 , po<strong>de</strong>rão dificultar ou impedir um contacto precoce e a prática da primeira<br />

mamada na primeira meia hora <strong>de</strong> vida como preconiza<strong>do</strong> pela OMS, e obrigar à<br />

administração <strong>de</strong> um biberão <strong>de</strong> leite artificial.<br />

Para a mãe, a amamentação suscita comportamentos po<strong>de</strong>rosos e passíveis <strong>de</strong><br />

gerar conflitos. Ela <strong>de</strong>tém a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sozinha alimentar o seu filho e experimenta<br />

com a amamentação uma experiência secular, que se coloca como uma insígnia <strong>de</strong><br />

maternida<strong>de</strong>.<br />

Amamentar po<strong>de</strong> assim fascinar e <strong>ao</strong> mesmo tempo aterrorizar a mãe face à<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falhar, porque o seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> realização é o <strong>de</strong> uma mãe que nunca<br />

falha. No seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conseguir amamentar, <strong>de</strong> não falhar a experiência, a mãe<br />

encontra-se mais vulnerável às pressões que sofre da família, <strong>do</strong> mari<strong>do</strong> e até <strong>do</strong>s<br />

profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Interroga-se quanto à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amamentar, quanto à<br />

qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> leite e questiona a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber o<br />

comportamento <strong>do</strong> seu filho (Barros; Ferrari, 2003).<br />

Da antiga prática <strong>do</strong>s horários rígi<strong>do</strong>s, passamos para a actual prática por pedi<strong>do</strong>,<br />

em regime livre, em que o bebé é alimenta<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> tem fome.<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Biscaia (2002,p.73). “o amamentar em horário livre seguin<strong>do</strong> o<br />

ritmo da fome ajuda <strong>ao</strong> diálogo e <strong>ao</strong> reconhecimento <strong>do</strong> filho real, diferente <strong>do</strong> bebé<br />

53 “A escolha da anestesia para a cesariana <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da indicação operatória, <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> urgência, <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo da<br />

parturiente, das opções <strong>do</strong>s obstetras e <strong>do</strong>s anestesistas” (Brazão, 2000, p.409).<br />

A anestesia geral apresenta <strong>de</strong>svantagens em relação às técnicas anestésicas locoregionais, nomeadamente maior<br />

<strong>de</strong>pressão <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> proporcional à duração da anestesia e <strong>ao</strong> tempo que me<strong>de</strong>ia entre a incisão e a extracção <strong>do</strong><br />

feto, índices <strong>de</strong> Apgar mais baixos nos recém-nasci<strong>do</strong>s e um pós-operatório menos confortável para a puérpera (Brazão,<br />

2000).<br />

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