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O papel do enfermeiro num estudo de adesão ao aleitamento materno

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imagens que surgiram em lugares como Espanha, Europa Central e as estepes da<br />

Rússia, isto muito antes <strong>do</strong> aparecimento da Agricultura (Yalom, 1997).<br />

A arte pré-histórica traduzia assim a importância <strong>do</strong> seio <strong>materno</strong> – fonte <strong>de</strong><br />

alimento da criança, que <strong>de</strong>terminava a vida ou a morte <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> (Yalom, 1997).<br />

Procriação e lactação eram po<strong>de</strong>res femininos dignos <strong>de</strong> veneração e a arte<br />

representava esta valorização da figura feminina em estatuetas talhadas em bronze,<br />

pedra e barro, que provavelmente representariam <strong>de</strong>usas da fertilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>usas-mães ou<br />

<strong>de</strong>usas aleita<strong>do</strong>ras (Yalom, 1997; O´Dowd; Philipp, 1995).<br />

2.1.1 - Lactação mercenária – as amas <strong>de</strong> leite<br />

De pura solidarieda<strong>de</strong> feminina a um negócio, as amas <strong>de</strong> leite estão presentes<br />

<strong>ao</strong> longo da história humana, sen<strong>do</strong> conhecida a sua existência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Antiguida<strong>de</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> O´Down; Philipp (1995) os egípcios recorriam <strong>ao</strong>s serviços <strong>de</strong> amas <strong>de</strong><br />

leite na situação <strong>de</strong> impossibilida<strong>de</strong> da mãe amamentar, haven<strong>do</strong> provas da existência <strong>de</strong><br />

amas <strong>de</strong> leite também na socieda<strong>de</strong> grega clássica (Yalom, 1997).<br />

Aristóteles (384 - 322 a. C.) <strong>de</strong>senvolveu muitas teorias relacionadas com a<br />

fecundação e a gravi<strong>de</strong>z (O´Dowd; Philipp, 1995) e <strong>de</strong>dicou na sua obra História<br />

Animalium especial atenção <strong>ao</strong>s problemas da lactação e <strong>ao</strong>s méto<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminar a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> leite da mãe ou da ama (Yalom, 1997).<br />

Sorano <strong>de</strong> Éféso (98-138 d. C), o médico ginecologista mais famoso <strong>de</strong> Roma,<br />

<strong>de</strong>fendia mesmo os serviços <strong>de</strong> uma ama <strong>de</strong> leite após o parto, para que a mãe<br />

recuperasse <strong>do</strong> esforço dispendi<strong>do</strong> e aconselhava uma vigilância apertada da conduta da<br />

ama <strong>de</strong> leite (O´Dowd; Philipp, 1995; Yalom, 1997).<br />

Na Roma imperial o uso <strong>de</strong> amas <strong>de</strong> leite era frequente, encontran<strong>do</strong>-se o<br />

<strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> nos lares romanos mais abasta<strong>do</strong>s em <strong>de</strong>clínio <strong>ao</strong> ponto <strong>de</strong> alguns<br />

filósofos romanos como Plínio e Tácito aconselharem as mulheres a dirigirem o olhar<br />

para o passa<strong>do</strong>, em que “ cada criança era criada, não no quarto <strong>de</strong> uma ama que tinha<br />

si<strong>do</strong> comprada, mas sim no seio e abraço da mãe “ (Yalom, 1997, p.41), sugerin<strong>do</strong> estas<br />

palavras o uso mercenário <strong>de</strong> amas <strong>de</strong> leite.<br />

A utilização mercenária <strong>de</strong> amas foi uma prática muito antiga em França, ten<strong>do</strong><br />

surgi<strong>do</strong> o primeiro centro <strong>de</strong> amas <strong>de</strong> Paris, no séc. XIII (Badinter, 1998).<br />

Fenómeno praticamente exclusivo das classes aristocráticas até <strong>ao</strong> fim <strong>do</strong> séc.<br />

XVI, a amamentação mercenária acabou por se esten<strong>de</strong>r a outras classes sociais.<br />

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