O papel do enfermeiro num estudo de adesão ao aleitamento materno
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apresenta-se pobre em proteínas e gordura, pelo que as mamadas têm <strong>de</strong> ser mais<br />
frequentes (Gomes-Pedro, 1999).<br />
Assim e comparativamente a outros leites, a composição <strong>do</strong> leite humano exigirá<br />
a proximida<strong>de</strong> mãe-filho, a precocida<strong>de</strong> da primeira mamada, e mamadas frequentes.<br />
Des<strong>de</strong> o momento <strong>do</strong> nascimento, a composição e o volume <strong>do</strong> leite humano<br />
variam <strong>num</strong>a adaptação perfeita às necessida<strong>de</strong>s nutricionais <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> e <strong>ao</strong> seu<br />
posterior crescimento.<br />
Modificações <strong>de</strong>tectadas na composição <strong>do</strong> leite parecem vir <strong>de</strong> encontro às<br />
necessida<strong>de</strong>s variáveis <strong>do</strong> lactente, cuja velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento diminui com o passar<br />
<strong>do</strong>s meses (Calil; Falcão, 2003).<br />
Após o parto, a secreção inicial da mama é <strong>de</strong>nominada colostro, líqui<strong>do</strong> branco<br />
transparente ou <strong>de</strong> cor amarelo-limão intensa 11 já presente por vezes no último trimestre<br />
da gravi<strong>de</strong>z.<br />
Consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> percursor <strong>do</strong> leite a secreção <strong>de</strong> colostro persiste durante os<br />
primeiros dias <strong>do</strong> puerpério ocorren<strong>do</strong> <strong>num</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo variável 12 , a sua<br />
substituição por leite <strong>de</strong> transição, que gradualmente assume as características <strong>do</strong> “leite<br />
maduro”, por volta da 3ª ou 4ª semana após o parto 13 (Behrman; Kliegman;J enson,<br />
2002).<br />
Compara<strong>do</strong> com o “leite maduro” o colostro é mais rico em proteínas e minerais e<br />
mais pobre em lactose e lípi<strong>do</strong>s (Andra<strong>de</strong>, 2000;Cunningham [et al.], 2000). De aspecto<br />
mais viscoso, caracteriza-se ainda por conter resíduos <strong>de</strong> materiais celulares presentes<br />
na glândula mamária e ductos no momento <strong>do</strong> parto (Calil; Falcão, 2003).<br />
Devi<strong>do</strong> <strong>ao</strong> seu eleva<strong>do</strong> teor em imunoglobulinas e outros factores <strong>de</strong> protecção, o<br />
colostro po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma prescrição médica da natureza, sen<strong>do</strong> extremamente<br />
importante para o recém-nasci<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à imaturida<strong>de</strong> <strong>do</strong> seu sistema imunológico 14 . É<br />
interessante salientar que <strong>num</strong>a situação <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z em que a mãe amamenta outra<br />
criança, o seu leite passará por uma fase <strong>de</strong> colostro imediatamente antes e <strong>de</strong>pois <strong>do</strong><br />
novo nascimento (OMS, 1994).<br />
11 Altos níveis <strong>de</strong> caroteno são responsáveis pela cor amarela <strong>do</strong> colostro – esta característica é mais frequente nas<br />
multíparas e frequentemente ausente nas primíparas (Ferris; Reece, 1992)<br />
12 “A duração <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> colostro não é bem <strong>de</strong>finida existin<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s variações individuais” (Calil; Falcão, 2003,<br />
p.216)<br />
13 A secreção <strong>de</strong> leite ocorre entre as 36 e 72 horas após o parto, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> no entanto <strong>de</strong>morar até 7 dias (Martin Calama;<br />
Díaz Gómez; Lasarte Velillas, 2003).<br />
14 “O colostro é rico em factores <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa como imunoglobulinas, agentes anti microbianos, substâncias<br />
imunomodula<strong>do</strong>ras, agentes anti inflamatórios, <strong>de</strong>ntre os quais se <strong>de</strong>stacam os factores <strong>de</strong> crescimento ou tróficos, e ainda<br />
os leucócitos” (Calil; Falcão, 2003, p.215).<br />
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