O papel do enfermeiro num estudo de adesão ao aleitamento materno
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meses e porque pensam que é necessário e possível obrigar a criança a perío<strong>do</strong>s<br />
alarga<strong>do</strong>s entre mamadas. Esta situação necessita, por isso <strong>de</strong> ser antecipada durante o<br />
internamento hospitalar, asseguran<strong>do</strong> às mães que tanto a frequência como a duração<br />
das mamadas ten<strong>de</strong> a diminuir com o tempo (Royal College of Midwife, 1994).<br />
O perío<strong>do</strong> pós parto é para a nova mãe marca<strong>do</strong> por uma vulnerabilida<strong>de</strong><br />
emocional e física. Após o perío<strong>do</strong> caracteriza<strong>do</strong> pela alegria e pela sensação <strong>de</strong> bem-<br />
estar <strong>do</strong>s primeiros <strong>do</strong>is dias, surge frequentemente um perío<strong>do</strong> melancólico, em que a<br />
puérpera se encontra emocionalmente instável, com choro fácil e sem razão aparente<br />
(Low<strong>de</strong>rmilk; Perry; Bobak, 2002).<br />
Este quadro <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> Blues pós-parto 59 , ocorre em cerca <strong>de</strong> 50 a 80% das<br />
puérperas. Surge em estreita relação temporal com o parto, ten<strong>do</strong> essencialmente um<br />
carácter transitório e benigno. Habitualmente ocorre entre o 3º e o 4º dia após o parto e<br />
caracteriza-se por disforia, labilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> humor, choro, ansieda<strong>de</strong>, irritabilida<strong>de</strong>, insónia e<br />
perda <strong>de</strong> apetite. Confusão, dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> concentração e <strong>de</strong> memória, bem como<br />
<strong>do</strong>res <strong>de</strong> cabeça e fadiga po<strong>de</strong>m também estar presentes.<br />
Durante este perío<strong>do</strong> a puérpera po<strong>de</strong> manifestar elevada preocupação com o<br />
bebé e po<strong>de</strong> ter dificulda<strong>de</strong> em dar <strong>de</strong> mamar e cuidar <strong>do</strong> seu filho.<br />
Para alguns autores o blues pós parto seria assim consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um aumento da<br />
reactivida<strong>de</strong> emocional <strong>ao</strong>s estímulos, constituin<strong>do</strong> a expressão subjectiva da activação<br />
<strong>do</strong> sistema biológico que promove a ligação mãe-bebé após o parto (Figueire<strong>do</strong>, 2001).<br />
Após a alta hospitalar a puérpera po<strong>de</strong> atravessar um perío<strong>do</strong> crítico, em que<br />
necessita <strong>de</strong> adquirir confiança na sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidar <strong>do</strong> seu filho e na sua<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amamentar.<br />
Para Lothroph “o facto <strong>de</strong> tantas mulheres nos últimos anos fracassarem na<br />
amamentação, nada tem a ver com a incapacida<strong>de</strong> para amamentar ou com a<br />
<strong>de</strong>generação, mas sim com a falta <strong>de</strong> auto-confiança e com erros cometi<strong>do</strong>s por causa<br />
da ignorância em relação <strong>ao</strong> processo <strong>de</strong> lactação” (2000, p.49).<br />
Ter alguém que aju<strong>de</strong> no cuida<strong>do</strong> da criança e da casa, <strong>de</strong>fine frequentemente o<br />
êxito ou o fracasso da amamentação. Sem ajuda, geralmente há sobrecarga e stress<br />
para a puérpera, que po<strong>de</strong>m inviabilizar a lactação (Issler, 2003).<br />
Pensamos que as palavras <strong>de</strong> Nylan<strong>de</strong>r traduzem as dificulda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s primeiros<br />
dias “ (…) quan<strong>do</strong> se sentem os peitos duros como pedras e os mamilos em carne viva e<br />
59 Segun<strong>do</strong> Figueire<strong>do</strong> “ O blues pós parto tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como uma forma breve e mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> perturbação <strong>de</strong> humor,<br />
que surge em estreita relação temporal com o parto … em consequência das alterações hormonais <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong><br />
nascimento e <strong>aleitamento</strong> <strong>do</strong> bebé, ten<strong>do</strong> essencialmente um carácter transitório e benigno”. (2001, p.164)<br />
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