Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

A camisinha finalmente apareceu como protagonista das ações,
mas, desta vez, de forma positiva, relacionada com o prazer e não com
a doença. Em todos os 4 spots, o uso do preservativo foi mostrado do
ponto de vista do homem, focalizando sua interação íntima e
prazeirosa com o corpo, mais especificamente com o pênis.
“Ele tem um pênis que fala!”. Esta possibilidade suscitou
grandes apelos à “moral cristã”. O problema não era demonstrar uma
parte do corpo se expressando verbalmente, mas, sim, que parte do
corpo. Se recorrermos a determinados “lugares de memória” 130 da
publicidade, veremos que este recurso já foi utilizado numa
determinada propaganda de sopa. Na oportunidade, era o estômago do
ator quem se manifestava.
Nos spots percebemos a existência de duas instâncias: o
consciente/racional, representado pelo discurso do homem, e o
inconsciente/emocional, simbolizado pelo pênis desejante. A dialética
de ambos sintetizou a necessidade de submeter o impulso sexual
desenfreado aos cuidados do preservativo. A negociação é finalizada
pelo consenso: o uso do preservativo não significa a perda do
prazer. O diálogo do homem com o pênis representou, ainda, as
situações de negociação pelo uso do método, a que estão submetidos os
casais.
Outro desafio desta campanha consistiu em adotar um nome para se
referir ao pênis, que fosse do conhecimento da maioria dos
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