Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

No Brasil, o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de
Combate à AIDS em maio de 1985, com poucos recursos. No final de
1986, foi instituída a notificação obrigatória às Secretarias de
Saúde, dos casos detectados pelos médicos.
A primeira campanha preventiva que fez referência à contaminação
sexual, só foi levada ao ar em 1987, por ocasião do carnaval, quando
se temia a entrada de turistas estrangeiros contaminados.
Ao longo destes dez anos, sucessivas campanhas foram lançadas
pelo Ministério da Saúde, tendo como foco principal o estímulo ao uso
de preservativos. Também as Organizações não governamentais ligadas à
prevenção da AIDS, veicularam campanhas na mídia. Essas campanhas
acabaram por favorecer o aquecimento do mercado no que diz respeito à
demanda por preservativos. Em meados dos anos 80, o mercado comercial
de preservativos no Brasil foi estimado em 60 milhões de unidades.
Somente no primeiro quadrimestre de 96, foram comercializadas cerca
de 55,4 milhões de preservativos. 10 Estes números são suficientes para
demonstrar que os fabricantes de preservativos acabam lucrando com as
campanhas preventivas.
Se por um lado a Indústria de fabricantes de preservativos lucra
com as campanhas, os grandes laboratórios lucram com a venda dos
medicamentos utilizados no tratamento dos soropositivos. O fato é que
a AIDS se converte em um mercado promissor para alguns empresários.
10 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. PNDST/AIDS: Preservativo Masculino: Hoje mais
necessário do que nunca! Texto Marcio Ruiz Shiavo. Brasília: Ministério da Saúde, 1997, p 18.
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