Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

preso ao espelho, mira­o como se fosse beijar­ exprimindo a natureza
heterossexual do seu desejo­ e, em seguida, movimenta os braços
rapidamente como quem vai correndo à caça da sua parceira.
Após a análise destes spots, fica mais fácil perceber por
quais motivos uma campanha tão criativa foi bruscamente retirada do
ar. Tornar explícitas atitudes sexuais tão íntimas, não é aceitável
do ponto de vista ético­religioso. Os princípios da formação
católica, não o permitem. Uma outra evidência do poder de fogo da
Igreja, por exemplo, é o entrave na aprovação da Lei de legalização
do aborto. O representante máximo desta instituição, o Papa, durante
suas peregrinações pelo mundo, continua a condenar o uso de métodos
contraceptivos não­naturais e, principalmente, o uso da camisinha.
A campanha do Bráulio registrou um avanço na abordagem da
camisinha no contexto das campanhas preventivas, mas foi substituída
em nome da “moral e dos bons costumes”. Lamentavelmente, na
campanha seguinte, veiculada durante o carnaval de 96, o
preservativo sequer aparece na tela. Enquanto a camisinha fica fora
de cena, as DST/AIDS estão mais presentes do que nunca no cotidiano
dos brasileiros.
137 FIORIN,José Luiz. Elementos da análise do discurso.2 a .Ed.São Paulo: Contexto. 1990. , p 60.
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