Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...

Neste momento existe a constatação de que o pênis, apesar de sua
inegável existência, sua aparição pública continua sendo vetada: “Não
Bráulio, você é muito feio”­ deve continuar guardado, escondido,
velado.”Eu vou usar um dublê”. O clone fálico representa um avanço
diante das representações que costumavam utilizar para simbolizar o
pênis. A anatomia, no entanto, não está muito bem definida:
percebemos alguns traços que permitem identificar a glande, mas os
contornos são muito discretos.
O“Bráulio” se defende dizendo: ­“Ah, modéstia à parte, eu sou
mais eu”, ao que o ator retruca ”Você quer prestar atenção?” É o
momento em que a camisinha volta à cena da ação para que se demonstre
a forma de manuseá­la. O ator abre o lacre, retira a camisinha, a
câmara se desloca em direção ao clone do pênis e fecha o ângulo.
Enquanto as instruções são demonstradas, o “Bráulio”, através de
monossílabos “hum” ,”sim”, informa que está prestando atenção e
compreendendo­as. A parte técnica, que diz respeito ao manuseio, é
encerrada com uma sugestão:” Agora dá pra fazer isso de um jeito mais
gostoso...”
O Bráulio ,à primeira vista, recusa o preservativo: “Ah, tô
fora”. É uma simulação da relação de rejeição masculina à camisinha.
“Pedindo prá ela colocar prá você, por exemplo. É um apelo à
erotização do uso da camisinha. A sugestão da participação da mulher
no momento da colocação do preservativo, é um estímulo a mais para o
uso. No Ceará, por exemplo, a Presidente da Associação das
Prostitutas, Rosalina Sampaio Silva, ensina às associadas a colocar a
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