Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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homens faz<strong>em</strong>, tudo não é, <strong>em</strong> fim <strong>de</strong> contas, um ruído <strong>de</strong>cifrável. O<br />
discurso e a figura têm, cada um, seu modo <strong>de</strong> ser; mas eles mantêm<br />
entre si relações complexas e <strong>em</strong>baralhadas. É seu funcionamento<br />
recíproco que se trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver. (2000, p.78)<br />
É pelo estudo <strong>de</strong>sse jogo <strong>de</strong> imagens e cores, constitutivos da<br />
linguag<strong>em</strong> não-verbal, que caminha a Análise do Discurso que preten<strong>de</strong><br />
estudar o imagético, o pictórico. Souza constata que<br />
O jogo <strong>de</strong> formas, cores, imagens, luz, sombra, etc nos r<strong>em</strong>ete, à<br />
s<strong>em</strong>elhança das vozes no texto, a diferentes perspectivas instauradas<br />
pelo eu na e pela imag<strong>em</strong>, o que favorece não só a percepção dos<br />
movimentos no plano sinestésico, b<strong>em</strong> como a apreensão <strong>de</strong> diferentes<br />
sentidos no plano discursivo-i<strong>de</strong>ológico, quanto se t<strong>em</strong> a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se interpretar uma imag<strong>em</strong> através da outra (disponível <strong>em</strong><br />
http://www.uff.br/mestcii/tania1.htm. Acesso <strong>em</strong> 29/05/2010)<br />
Ora, se assim o é, parece coerente afirmar que o cin<strong>em</strong>a, inserindo-se<br />
no campo das artes visuais, é também um espaço <strong>de</strong> prática discursiva e,<br />
consequent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> discursos, os quais ating<strong>em</strong> <strong>em</strong> maior ou<br />
menor grau os sujeitos. Foucault (1996) afirma que “<strong>em</strong> toda socieda<strong>de</strong>, a<br />
produção do discurso é ao mesmo t<strong>em</strong>po controlada, selecionada, organizada<br />
e redistribuída” (p. 09). O cin<strong>em</strong>a parece incumbir-se, ele também, <strong>de</strong><br />
controlar, selecionar, organizar e redistribuir seus discursos, inscrevendo-se<br />
como processo discursivo que “fala” pela socieda<strong>de</strong>, aponta-nos os<br />
posicionamentos <strong>de</strong>sta, quase como um elo entre os homens e as gran<strong>de</strong>s<br />
questões que os assolam. O discurso cin<strong>em</strong>atográfico, <strong>em</strong> última instância,<br />
busca respon<strong>de</strong>r à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> saber como viver. O seu cunho lúdico t<strong>em</strong> o<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fertilizar os sonhos e as experiências <strong>de</strong> vida, formas <strong>de</strong><br />
procedimento.<br />
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Uma das formas por meio da qual o discurso cin<strong>em</strong>atográfico significa<br />
é a escolha das cores, presentes no cin<strong>em</strong>a <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os seus primórdios. Os<br />
primeiros processos consistiam <strong>em</strong> colorir à mão - um a um, os fotogramas no<br />
positivo preto e branco. Tinham-se assim os filmes colorizados, <strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>ss<strong>em</strong>elhança aos chamados coloridos, cujas cores são captadas pelo<br />
processo fotográfico. O fato é que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da década <strong>de</strong> 30, quando o<br />
americano Herbert Thomas Kalmus criou o processo pictural que <strong>de</strong>u à cor