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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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<strong>de</strong> impressões preconcebidas ou tidas como padrão para o grupo, frutos<br />

naturalmente <strong>de</strong> uma categorização do ser humano principalmente pelas<br />

forças econômicas e religiosas. Conforme Navarro-Swain (1996), “Divididos<br />

<strong>em</strong> classes ou grupos, analisados sob uma ótica econômica, religiosa ou<br />

“natural”, os seres humanos foram sendo categorizados <strong>em</strong> faixas etárias, cor<br />

<strong>de</strong> pele, altura, peso, força, inteligência, sexo biológico, nascimento,<br />

sexualida<strong>de</strong>” (p.47). O mo<strong>de</strong>lo era a civilização oci<strong>de</strong>ntal; a referência<br />

principal, o hom<strong>em</strong> branco, heterossexual.<br />

Versando acerca da incursão do sujeito homossexual na indústria<br />

cultural brasileira, Codato (2003) comenta:<br />

No entanto, na década <strong>de</strong> noventa, a Indústria Cultural percebeu na<br />

comunida<strong>de</strong> homossexual um potencial ainda não explorado.<br />

Justamente por não conseguir<strong>em</strong> criar vínculos familiares ou legais com<br />

seus parceiros e por esse mesmo motivo não possuír<strong>em</strong> <strong>de</strong>spesas com<br />

a instituição familiar, esses grupos passaram a acumular bens e capital,<br />

investindo <strong>em</strong> diversão, informação e consumindo produtos que, com o<br />

passar do t<strong>em</strong>po, se tornaram especializados. Nesta perspectiva talvez<br />

seja possível perceber o percurso histórico da homossexualida<strong>de</strong> no<br />

cin<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Hollywood, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início até os dias atuais (p. 17)<br />

Antes <strong>de</strong>sse novo olhar, as personagens homossexuais no mercado<br />

cin<strong>em</strong>atográfico estavam s<strong>em</strong>pre sob o jugo do segredo. Codato (ibi<strong>de</strong>m) faz<br />

interessante levantamento do processo <strong>de</strong> <strong>em</strong>ergência da figura do<br />

homossexual no mundo cin<strong>em</strong>atográfico:<br />

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Conforme o autor, já <strong>em</strong> 1916, no filme Behind the screen, o lendário<br />

Charles Chaplin aparece beijando uma mulher <strong>em</strong> trajes masculinos. A<br />

t<strong>em</strong>ática gay é aqui apresentada sob o viés da inocência e no claro intuito <strong>de</strong><br />

gerar o riso. A partir da década <strong>de</strong> 20, ainda que <strong>de</strong> forma velada, diversas<br />

personagens com conotação homossexual <strong>de</strong>spontam. No entanto, somente<br />

<strong>em</strong> 1930, na obra Morocco, Marlene Dietrich, <strong>em</strong> indumentária masculina,<br />

além <strong>de</strong> oferecer flores a uma mulher, beija-a <strong>em</strong> público, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

restaurante. Três anos mais tar<strong>de</strong>, a mesma atriz dá vida a uma rainha sueca<br />

apaixonada por uma <strong>de</strong> suas aias, <strong>em</strong> Queen Christina. Um ano <strong>de</strong>pois, <strong>em</strong><br />

1934, os Estados Unidos conhec<strong>em</strong> sua primeira personag<strong>em</strong><br />

assumidamente gay, no filme The gay divorcee. No mesmo ano, instaura-se o

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