Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
26
Em 1990, o fim da Embrafilme, criada pelo governo Geisel, em 1974, a
fim de organizar o mercado cinematográfico e granjear simpatia para o
regime, interrompe as perspectivas de novos caminhos para o cinema
brasileiro. A abertura descontrolada do mercado a filmes norte-americanos,
principalmente, gera um verdadeiro colapso às produções nacionais,
dependentes da Embrafilme. O resultado disso foi uma escassez de
realizações e a hibernação quase completa da cinegrafia do Brasil. Após o
cataclismo do início dos anos 90, o sistema se reergue gradualmente. A
concepção de novos instrumentos de financiamento da produção por meio de
renúncia fiscal (Leis de Incentivo), em conjunto com a aparição de novas
esferas governamentais de sustento ao cinema, colabora com a
reorganização da produção e proporciona instrumentos para que realizadores
possam competir, mesmo de modo desigual, com as produções milionárias
das poderosas empresas norte-americanas. Desse período, conhecido como
a “Retomada” do cinema brasileiro, três filmes foram indicados ao Oscar de
Melhor Filme Estrangeiro: “O Quatrilho” (1995), “O Que é Isso, Companheiro”
(1997) e “Central do Brasil” (1998), também vencedor do Urso de Ouro do
Festival de Berlim. Figuras como Walter Salles, diretor de Terra Estrangeira
(1993) e Central do Brasil, e Carla Camuratti, diretora de Carlota Joaquina,
Princesa do Brazil (1995) ganham reconhecimento junto ao grande público, e
seus filmes atraem milhões de espectadores para as salas de exibição.
Os primeiros anos do novo século testemunharam o surgimento de
novas produções e novas temáticas no cinema nacional. Com um olhar sobre
o atual e novas estratégias de lançamento, filmes como Cidade de Deus
(2002), de Fernando Meirelles, Carandiru (2003), de Hector Babenco e Tropa
de Elite (2007) de José Padilha, alcançaram o grande público no Brasil e
suscitaram perspectivas de carreira internacional. Em Janeiro de 2009, a
indústria cinematográfica brasileira teve um de seus momentos históricos: a
continuação do sucesso Se Eu Fosse Você, de direção de Daniel Filho,
estrelado por Tony Ramos e Glória Pires, ultrapassou 1 milhão de
espectadores em menos de uma semana e consagrou-se como o terceiro
filme nacional mais visto de todos os tempos, ficando atrás apenas dos