Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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prazenteia o espectador, que é influenciado na maneira <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r a<br />
realida<strong>de</strong>. Assim, <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> processos mentais que realiza e<br />
relaciona com a informação que está recebendo, o observador toma<br />
conhecimento das características mais gerais <strong>de</strong> períodos e passa a<br />
relacioná-los a imagens vistas pela primeira vez.<br />
Somente po<strong>de</strong> existir imag<strong>em</strong> se houver um sujeito que a admire. A<br />
contrapartida disso é que a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> imag<strong>em</strong> ocorre pela sua relação com<br />
o sujeito espectador. Essa relação constitui o sujeito “como parceiro ativo da<br />
imag<strong>em</strong>, <strong>em</strong>ocional e cognitivamente” (AUMONT, 2004, p.81), tendo <strong>em</strong> vista<br />
que o sentido da imag<strong>em</strong> é dado por qu<strong>em</strong> a vê. Logo, é razoável se pensar<br />
que a imag<strong>em</strong> também age sobre o espectador, <strong>em</strong> especial <strong>de</strong> modo<br />
psíquico, ao compor crenças, projeções, afetos, etc. Aumont (2004) assim<br />
esclarece: “a imag<strong>em</strong> é, pois, tanto do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> seu autor quanto <strong>de</strong><br />
seu espectador, um fenômeno ligado também à imaginação” (p. 90).<br />
Em linhas gerais, Aumont (2004) estabelece três principais funções da<br />
imag<strong>em</strong>: simbólica, epistêmica e estética. As imagens religiosas <strong>de</strong><br />
divinda<strong>de</strong>s (Zeus, Buda, Cristo) e as imagens carregadas <strong>de</strong> valores<br />
simbólicos (suástica hindu) e políticos (suástica nazista) constitu<strong>em</strong> a função<br />
simbólica. Nesse nível, com o el<strong>em</strong>ento estruturador dos outros dois níveis, se<br />
<strong>de</strong>lineiam os processos <strong>de</strong> reconhecimento e r<strong>em</strong><strong>em</strong>oração responsáveis pela<br />
função do raciocínio e da m<strong>em</strong>ória. A função epistêmica é exercida por<br />
imagens que comportam algum tipo <strong>de</strong> informação, tais como mapas, cartões<br />
postais e retratos. Já na função estética, conclui o autor, “a imag<strong>em</strong> é<br />
<strong>de</strong>stinada a agradar seu espectador, a oferecer-lhe sensações (aisthésis)<br />
específicas” (AUMONT, 2004, p. 80).<br />
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Aumont (2004) assevera que “apesar das enormes diferenças que são<br />
manifestadas na relação com uma imag<strong>em</strong> particular, exist<strong>em</strong> constantes,<br />
consi<strong>de</strong>ravelmente trans-históricas e até interculturais, da relação do hom<strong>em</strong><br />
com a imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> geral” (p. 77). Em outras palavras, a eficácia inconteste que<br />
<strong>em</strong>erge <strong>de</strong> todas as imagens se relaciona à sua in<strong>de</strong>lével capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar<br />
sentido, dada a sua poliss<strong>em</strong>ia e, portanto, seu caráter essencialmente<br />
pessoal e subjetivo. Isso significa ainda que cada sujeito é um ser orientado