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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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toma ares <strong>de</strong> sofisticação com a instalação do primeiro estúdio<br />

cin<strong>em</strong>atográfico no país, o da companhia Cinédia, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Em<br />

1941, a criação da Atlântida centraliza a produção <strong>de</strong> chanchadas cariocas. A<br />

reação paulista acontece mais tar<strong>de</strong> com o ambicioso estúdio da Vera Cruz,<br />

<strong>em</strong> São Bernardo do Campo. Rejeitando a chanchada, o estúdio contrata<br />

técnicos estrangeiros e cobiça produções mais apuradas. O filme O<br />

cangaceiro (1953), <strong>de</strong> Lima Barreto, faz sucesso internacional, iniciando o<br />

ciclo <strong>de</strong> filmes sobre cangaço. Nessa mesma época, começa a surgir um<br />

cin<strong>em</strong>a com uma estética mais nacional. São produzidos Agulha no palheiro<br />

(1953), <strong>de</strong> Alex Viany, Rio 40 graus (1955), <strong>de</strong> Nelson Pereira dos Santos, e<br />

O gran<strong>de</strong> momento (1958), <strong>de</strong> Roberto Santos, cujo bojo inspirador era<br />

neorrealismo italiano. A t<strong>em</strong>ática e as personagens começam a expressar<br />

uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional e lançam a s<strong>em</strong>ente do Cin<strong>em</strong>a Novo. (Informações<br />

constantes do site www.passeiweb.com.br. Acesso: 29/05/2010).<br />

"Uma câmera na mão e uma i<strong>de</strong>ia na cabeça". É com esse ousado<br />

l<strong>em</strong>a que o Cin<strong>em</strong>a Novo <strong>em</strong>erge nos anos 60. Propondo-se a realizar filmes<br />

<strong>de</strong> autor, baratos e com preocupações sociais, o Cin<strong>em</strong>a Novo t<strong>em</strong> <strong>em</strong> Nelson<br />

Pereira dos Santos o seu gran<strong>de</strong> precursor. Filmes como Deus e o diabo na<br />

terra do sol, <strong>de</strong> Glauber Rocha, e Os fuzis, <strong>de</strong> Rui Guerra, concentravam-se<br />

na t<strong>em</strong>ática rural e tomavam os probl<strong>em</strong>as básicos da socieda<strong>de</strong> brasileira,<br />

como a miséria dos camponeses nor<strong>de</strong>stinos, como principal eixo t<strong>em</strong>ático. O<br />

golpe <strong>de</strong> 64 redireciona a abordag<strong>em</strong> das produções cin<strong>em</strong>atográficas, agora<br />

centralizadas na classe média urbana, como <strong>em</strong> A falecida, <strong>de</strong> Leon<br />

Hirszman, O <strong>de</strong>safio, <strong>de</strong> Paulo César Sarraceni, e A gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Carlos<br />

Diegues. Imprime-se uma nova dimensão ao cin<strong>em</strong>a nacional.<br />

Mesmo após o golpe militar <strong>de</strong> 1964 que instala o regime autoritário no<br />

Brasil, os i<strong>de</strong>alizadores do Cin<strong>em</strong>a Novo e uma nova linhag<strong>em</strong> <strong>de</strong> cineastas –<br />

conhecida como o “údigrudi”, expressão zombeteira <strong>de</strong>rivada do<br />

“un<strong>de</strong>rground” norte-americano – continuam a fazer obras críticas da<br />

realida<strong>de</strong>, ainda que essa crítica se encontrasse eclipsada <strong>em</strong> metáforas, no<br />

claro intuito <strong>de</strong> pantomimar a censura dos governos militares.

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