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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM

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21<br />

saberes para os povos. Constituiu-se no mais prodigioso centro <strong>de</strong> irradiação<br />

heg<strong>em</strong>ônica da maneira <strong>de</strong> viver, pensar e sentir dos indivíduos. Estabeleceu-<br />

se, enfim, como competente meio <strong>de</strong> propalação do po<strong>de</strong>r tanto ali – no centro<br />

do po<strong>de</strong>r – como aqui, nos subúrbios periféricos. Essa <strong>de</strong>scomunal força que<br />

o cin<strong>em</strong>a exerce sobre o sujeito telespectador se dá pelo fato <strong>de</strong> que este,<br />

absorto, receptivo, <strong>de</strong>sarmado permite às realizações da sétima arte o<br />

ingresso no mais preciso e sorrateiro campo da mente humana: o<br />

inconsciente. É aí que as i<strong>de</strong>ias se fixam, os valores se alicerçam, as normas<br />

se cristalizam. No espaço “invisitável” da inconsciência formam-se os<br />

conceitos e preconceitos. É on<strong>de</strong> se hierarquizam imagens que se terá sobre<br />

o próximo. É, enfim, on<strong>de</strong> se cravam as noções <strong>de</strong> s<strong>em</strong>elhante e diferente, <strong>de</strong><br />

normal e anormal, <strong>de</strong> grotesco e <strong>de</strong> sublime. E, como o exame valorativo que<br />

se constrói <strong>de</strong> nós, do próximo, <strong>de</strong> nossa condição e da condição dos que nos<br />

cercam é, invariavelmente, resultado da percepção que se fez <strong>de</strong>sse próximo<br />

e <strong>de</strong> nós mesmos, as nossas avaliações se projetam na forma <strong>de</strong> ações, <strong>de</strong><br />

tomadas <strong>de</strong> posicionamento, no repelir ou aceitar <strong>de</strong> algo, na liberação ou<br />

censura <strong>de</strong>ste ou daquele comportamento.<br />

Aumont (2004) <strong>de</strong>fine a socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna como "civilização da<br />

imag<strong>em</strong>". Também são foco <strong>de</strong> sua atenção as características <strong>de</strong>ssa<br />

civilização <strong>em</strong> que a quantida<strong>de</strong>, as modalida<strong>de</strong>s e o intercâmbio <strong>de</strong> imagens<br />

são cada vez mais abundantes. O fato <strong>de</strong> se viver na primeira socieda<strong>de</strong><br />

inteiramente tecnológica concorre para que ocorra uma intensa passag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

um tipo <strong>de</strong> imag<strong>em</strong> para outro. Isso permite que se vejam vigorosos<br />

cruzamentos iconográficos, quer seja na televisão, no cin<strong>em</strong>a, nas revistas <strong>em</strong><br />

quadrinhos quer seja nas revistas <strong>em</strong> geral, locais <strong>em</strong> que a imag<strong>em</strong> firma-se<br />

como heg<strong>em</strong>ônico mecanismo <strong>de</strong> comunicação. Nos t<strong>em</strong>pos atuais, mais do<br />

que nunca prevalece a pr<strong>em</strong>issa <strong>de</strong> que “uma imag<strong>em</strong> vale mais do que mil<br />

palavras” (autoria <strong>de</strong>sconhecida).<br />

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Hodiernamente, torna-se impossível contrapor-se à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que as<br />

mensagens são organizadas <strong>de</strong> modo que o visual seja capaz <strong>de</strong> dar conta <strong>de</strong><br />

transmitir a informação. Ou <strong>de</strong>sta acabar truncada s<strong>em</strong> a recorrência àquele.<br />

Tal fascínio pelo imagético parece resultado <strong>de</strong> uma sobrevaloração da visão

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