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Jansenismo e antijansenismo nos finais do antigo regime<br />

7.<br />

A promessa que o Filho de Deus fez à sua Igreja diz respeito não só à pregação da verdade, mas<br />

também à practica da caridade. Sempre nella se devem ver exemplos de piedade; assim como sempre<br />

nella se há de pregar a sãa doutrina. Esta maxima hé expressamente contida na Scriptura e em<br />

toda a Tradição, e não obstante isso a experiencia nos mostra serem bem raros estes exemplos de<br />

piedade e de virtude.<br />

Consequências<br />

Logo ainda quando a pregação de certas verdades fosse rarissima em certos tempos, nem por isso<br />

devemos duvidar dessas verdades. Logo não devemos crer que isto seja contrario à promessa, pois que<br />

o Filho de Deus prometeo à sua Igreja igualmente a conservação da charidade que a da verdade.<br />

8.<br />

A Igreja não deixa de ser Santa apezar da corrupção da maior parte dos seus membros que<br />

vivem com pecados; porque o pecado hé – lhe estranho, e pello contrario a Santidade lhe hé propria.<br />

Pois não menos propria lhe hé a verdade também.<br />

Consequências<br />

Logo a Igreja não deixa de ser a depozitaria da verdade ainda mesmo no tempo em que a multidão<br />

segue o erro. Logo não hé atacar a inffalibilidade o dizer que os Molinistas e Ultramontanos,<br />

que formão o maior numero sustentão erros perniciozos: assim como não hé atacar a Santidade da<br />

Igreja o dizer que o maior numero de Christãos vivem mal.<br />

9.<br />

A Igreja, diz Santo Agostinho, tolera muitas coizas que não apoia, porque o bom grão que<br />

nella existe de mistura com o muito joio, desaprova estas coizas: e porque se deve attribuir à Igreja<br />

o que faz o bom grão ainda que mui diminuto comparativamente.<br />

Consequências<br />

Logo pode-se dizer também que a Igreja tolera ainda hoje erros que não aprova; porque na Igreja<br />

existe ainda hum piqueno numero de pessoas que os combattem, as quaes são como o bom grão.<br />

Logo pode sem receio affirmar-se que ainda que o Molinismo, a attrição etc. sejão tolerados, porque<br />

o corpo dos Pastores os não condemna; a Igreja comtudo desaprova similhantes impiedades, porque<br />

todos os Theologos mais instruidos não cessão de as combatter como oppostas à doutrina antiga.<br />

10.<br />

Quando a Igreja estabelece ou aprova algum ponto de disciplina subsiste esta enquanto não<br />

hé abolida pello corpo dos seus pastores; e enquanto há particulares que a reclamem: ou pello<br />

menos são todos obrigados a seguir o espirito desta disciplina, se não hé possível seguir a letra. Os<br />

abuzos nunca podem ser attribuidos à Igreja, por mais communs que sejão.<br />

Consequências<br />

Logo nunca se deve attribuir à Igreja a relaxação que nestes ultimos tempos se têm intruduzido<br />

na disciplina da Penitencia, apezar de que essa relaxação tenha sido quase geral, porque isto hé<br />

opposto não só à letra, mas ainda ao espírito dos antigos canones, que não têm sido ainda abroga-<br />

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