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E por consequência detesto esta proposição: Que Deus nunca nega a sua Graça àquelles que trabalhão<br />

quanto está da sua parte e nas forças da sua natureza.<br />

11.<br />

Que não sente dignamente da Graça de Jesus Christo aquelle que a crê dada a todos os hom ~ es.<br />

Que aquelles a quem Deus a dá hé por h ~ ua misericordia que elles não merecerão: e aquelles a quem<br />

a recuza, hé um effeito da sua justiça, para punir nelles os seos peccados. Comtudo nenhum dos preceitos<br />

de Deus hé impossível; e a Graça que os faz possiveis hé dada a todos aquelles que a pedem<br />

como deve ser, e se esforção quanto devem pellos observar. Á vista do que com o coração e com a<br />

bocca condemno esta proposição: Que há preceitos de Deus que são impossíveis ainda mesmo aos Justos,<br />

aos quaes muitas vezes, por mais que queirão e se esfforcem lhes hé negada a Graça, que lhos faça<br />

possíveis. (à margem: a 1.ª das condemnadas)<br />

12.<br />

Que nós temos hum livre arbitrio, por força do qual a nossa vontade se pode inclinar para o<br />

bem pelo impulso da Graça; e para o mal pello pezo da sua propria concupiscencia: e pello qual ella<br />

tudo quanto faz não o faz senão porque o quer fazer. Todas as vezes pois que ella coopera com a<br />

graça e faz o bem; ou consente com a sua paixão e pecca; ella o faz não só sem coacçaõ, mas ainda<br />

sem necessidade, antes com liberdade e com escolha. E por consequencia sinceramente condemno<br />

com toda a Igreja esta proposição: Que para merecer ou desmerecer no estado da natureza lapsa, basta<br />

ser exempto de coacçaõ e não hé necessário estar exempto da necessidade de natureza, a qual faz obrar<br />

não por escolha, mas sim por impulso, como nos brutos, nos meninos, nos loucos ou frenéticos.<br />

c) O Pelagianismo<br />

JANSENISMO FRANCÊS NUM CÓDICE DA BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL<br />

Fim<br />

Pelagio, o qual começou por sustentar que a nossa natureza e nosso livre arbítrio estavão ainda<br />

no mesmo estado em que forão creados por Deos e que este podia e tinha ainda para o bem a mesma<br />

facilidade que antes do peccado de Adão possuira (S. Ag. l. de pec. orig.), depois de ter ensinado e propagado<br />

sem rebuço algum estes erros com seo discipulo Celestio pella Sicília, pella Africa e em<br />

Roma, vio-se ultimamente obrigado pella perseguição que os Catholicos lhe fazião, especialmente<br />

Santo Agostinho e S. Jerónimo, a modificar e a envolver em parte os seos erros para evitar as condemnações<br />

dos Concilios que frequentemente se convocavão contra elle; e perante os quaes, assim<br />

como na presença do Papa Zozimo com tal disfarce e hypocrisia soube fallar ao principio que a muitos<br />

pareceo mui orthodoxo em todos os seos sentimentos; e em consequncia disso o declararão<br />

catholico em tudo quanto ensinava; e mais notavelmente illudio ao Papa Zozimo, o qual precipitadamente<br />

escreveo logo aos Bispos de África estranhando muito nelles a perseguição com que perseguião<br />

a Pelagio. Os Bispos de África juntarão-se logo em Concilio a fim de responder ao Papa em<br />

n.º de 217 e depois de lerem a sua carta e terem de novo examinado a doutrina condemnada escreverão<br />

e assinarão h ~ ua Epistola na qual depois de lhe reprezentarem que aquelles erros tinhão sido já<br />

condemnados pellos Bispos de África em muitos Concílios, assim como mesmo em Roma pello<br />

Papa Innocencio 1.º, lhe advertião que não se fiasse nas palavras dos Herejes; que não bastava que<br />

177

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