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Jansenismo e antijansenismo nos finais do antigo regime<br />
190<br />
Protestantes<br />
1.<br />
Sem a Graça de Jesus Christo<br />
não podemos nem querer<br />
nem fazer bem algum; e tudo<br />
quanto fazemos sem a Graça<br />
he peccado.<br />
2.<br />
A Graça que he necessaria<br />
para toda a acçaõ de piedade,<br />
não he h ~ ua Graça que esteja<br />
submettida à nossa vontade,<br />
antes a submette; e não nos dá<br />
somente o poder fazer se queremos,<br />
opera effectivamente<br />
em nós o querer e o fazer, de<br />
sorte que nunca se lhe resiste.<br />
3.<br />
Todas as Graças que Jesus<br />
Christo nos mereceo são de tal<br />
sorte efficazes que nunca nenh ~ ua<br />
dellas se rejeita, antes conseguem<br />
sempre tudo quanto nos<br />
inspirão e fazem querer.<br />
4.<br />
Não só nunca se resiste a nenh ~ ua<br />
Graça, mas nem se pode resistir-lhe;<br />
o que nasce da força da<br />
mesma Graça.<br />
5.<br />
Deos a ninguém deve a sua<br />
Graça e pode sem injustiça ou<br />
Doutrina sobre a Graça e liberdade<br />
Igreja Catholica<br />
1.<br />
Sem a Graça de Jesus Christo<br />
bem nenhum podemos nem<br />
querer nem fazer; e tudo o<br />
que não nasce da Graça vem<br />
da cubiça e hé peccado.<br />
2.<br />
A Graça de que precisamos<br />
para toda a acção boa não está<br />
sujeita à disposição da nossa<br />
vontade; antes pella sua força<br />
e doçura a submette e sujeita.<br />
E não nos dá somente o poder<br />
de fazer o bem se queremos;<br />
oppera effectivamente em nós<br />
o poder e o fazer, de sorte que,<br />
nunca se lhe resiste.<br />
3.<br />
Todas as Graças mesmo interiores<br />
que Jesus Christo nos mereceo,<br />
não são tão efficazes que<br />
alg ~ uas vezes se não resista a<br />
alg ~ ua, a qual ainda que produza<br />
alguns desejos, não produz sempre<br />
o bem total a que se dirigia.<br />
4.<br />
Ainda que nunca se resista à<br />
Graça efficaz, contudo sempre<br />
podemos resistir-lhe; e se<br />
nunca se lhe resiste, isso nasce<br />
da força da mesma Graça.<br />
5.<br />
Deos não deve a sua Graça a<br />
ninguém; e sem injustiça pode<br />
Doutrina dos Pelagianos<br />
1.<br />
Sem a Graça de Deos bem<br />
nenhum podemos fazer que<br />
seja digno de vida eterna.<br />
Porem nem tudo o que não<br />
vem da Graça he peccado.<br />
2.<br />
As Graças que Deos nos dá<br />
para nos ajudar a fazer o bem,<br />
são todas sujeitas à dis posição<br />
da nossa vontade que se serve<br />
dellas como lhe apraz e nada<br />
mais nos dão do que o poder de<br />
fazer o bem, se quisermos: mas<br />
não operão esse querer e muitas<br />
vezes se lhe resiste.<br />
3.<br />
Não há Graça interior tão efficaz<br />
que muitas vezes se lhe não<br />
resista; e por maior que seja a<br />
Graça que nos move, muitas<br />
vezes não consegue ella o bem<br />
que nos inspira.<br />
4.<br />
Nenh ~ ua Graça há à qual se<br />
não possa resistir e o não resistirmos<br />
muitas vezes vem da<br />
nossa vontade.<br />
5.<br />
Deos seria injusto se negasse a<br />
sua Graça aos hom ~ es, os quaes