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JANSENISMO FRANCÊS NUM CÓDICE DA BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL<br />

R. São todas aquellas que por si mesmas movem a nossa vontade para o bem.<br />

D. E quaes são essas graças interiores que Deos dá à nossa vontade para o bem?<br />

R. H ~ ua hé a que se chama Graça habitual e a qual Deos derramando na nossa alma, ella fica<br />

justa e agradavel ao seo Creador; e hé desta graça que se falla quando se diz que h ~ ua creatura está em<br />

Graça de Deos ou em estado de Graça. Chama-se habitual ou permanente porque ella existe nos justos<br />

ainda mesmo quando dormem. Há ainda outra, e esta se chama graça actual, que hé aquella que<br />

actualmente nos esclarece e nos excita a fazer o bem e a fugir do mal. E hé desta graça que falamos<br />

quando dizemos que sem a Graça de Deos nada podemos e com ella tudo.<br />

Em que consiste a graça habitual<br />

D. Que coisa hé graça justificante e em que consiste?<br />

R. Hé a Caridade ou o amor de Deos que o Espirito Santo infunde em nossos corações pello<br />

qual elle nos justifica e nos inclina para tudo o que hé do agrado de Deos e afasta de tudo quanto<br />

lhe desagrada.<br />

D. Donde vem essa Graça?<br />

R. Só de Deos, porque, segundo o Apostolo, hé pello Espirito Santo que o amor de Deos se<br />

espalha nos nossos corações; pello qual elle nos justifica e nos inclina para tudo o que hé do agrado<br />

de Deos e o afasta de tudo quanto lhe desagrada.<br />

D. Donde vem essa Graça?<br />

R. Só de Deos, porque segundo o Apostolo hé pelo Espírito Santo que o amor de Deos se espalha<br />

nos nossos corações.<br />

D. Esta Graça justificante ou habitual de que modo nos hé ella communicada?<br />

R. Pelo uso dos Sacramentos, pela practica das virtudes christãas e sobretudo pelo amor de<br />

Deos he que esta graça nos hé concedida ou augmentada se estávamos já em graça.<br />

D. E não hé pelos merecimentos de Jesus Christo que ella nos hé dada e augmentada?<br />

R. Sim, porque os Sacramentos e a practica das virtudes donde tirão a sua efficacia hé dos<br />

merecimentos do Filho de Deos.<br />

D. E esta Graça hé susceptivel de poder perder-se?<br />

R. Sim, e muitíssimas vezes a perdemos.<br />

D. E somos obrigados a crer que esta Graça se pode perder?<br />

R. Hé um dos artigos da nossa crença contra certos herejes, os quaes negão que os Justos percão<br />

nunca a Graça por mais crimes que commetão; o que aniquilla toda a Moral Christãa.<br />

D. E quanto tempo dura em nós essa Graça habitual ou de que modo se perde?<br />

R. Dura todo o tempo que o amor de Deos domina em nós, isto hé, dura emquanto nós amamos<br />

a Deos sobre todas as coisas, e emquanto não commettemos alg ~ ua coisa que nos faça perder<br />

este amor; ou que de tal sorte o enfraqueça que a nossa cubiça o vença, levando-nos a condescender<br />

mais com as nossas paixões do que com o que Deos manda.<br />

D. Que bens nos resultão dessa Graça ou amor dominante nos nossos corações?<br />

R. Os que a possuem e que vivem em estado de graça são participantes da natureza divina,<br />

como diz S. Pedro, porque são participantes da Justiça e bondade de Deos e são-lhe agradáveis, porque<br />

são Justos todo o tempo que conservão esta graça. E os que nela perseverão até ao fim são estes<br />

os vasos de misericórdia, os verdadeiros Filhos de Deos e herdeiros da sua Gloria.<br />

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