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JANSENISMO REGALISTA E ULTRAMONTANISMO<br />
varietas, et dissentio, tanta inconstantia et mutatio, ac non rara sibi invicem repugnantia non solum<br />
probat spiritum privatum fallacem esse scripturae interpretem, sed plane eorum doctrinam erroneam<br />
esse…regula fidei (inquit Ter.) una est immutabilis, et irreformabilis, hoc ipsum exprobrabat<br />
Arianis S. Hilarius Lib. 11 ad Constant. Aug. quod novas quotidie fidei formulas ederent, quod<br />
totum breviter juste ac nervo se explicat Bossuetus in Praef. Histor. Variat. Eccles. Protest., concludens:<br />
uni Ecclesiae cattolicae a Deo fuit concessum ut ab omni doctrinae fidei et morum mutatione<br />
servaretur immunis. O mesmo Gazaniga na sua obra grande em huma nota pag. 147 depois de ter<br />
sustentado a mesma prova da Religião tirada da historia dos erros, diz assim: Hoc argumentum eleganter,<br />
juste ac solidissime pertractat P. La Berthonye in sua Instruct. Theolog. contra incredulos. A<br />
obra toda das Variações de Bossuet, a qual converteu tantos Protestantes, não tem outro assumpto<br />
senão o mesmo que o Repetente tem na sua These. Pela rasão incontrastavel que a verdade he huma<br />
só, o seu caracter proprio he a unidade, a constancia, a uniformidade. Pelo contrario o erro he a<br />
inconstancia, variedade e continua mudança, e esta prova basta para converter os homens para a<br />
verdadeira Religião, o que conseguiu Bossuet com a sua obra das Variações. Isto he o mesmo que diz<br />
o Repetente na sua These. E assim como hum atheo, vendo a serie continua dos contingentes so por<br />
este motivo se convence da existência de hum Deos da mesma sorte hum incrédulo vendo a série<br />
continua dos erros sempre contingentes e inconstantes vem no conhecimento da verdadeira Religião.<br />
Assim he que S. Agostinho olhando com genio filosofico para todas as seitas como Manicheos<br />
etc. e não achando em todas senão variedade, inconstancia, promessa de palavras, e nada de verdade,<br />
voltou-se para a unidade catholica e achou a verdadeira Religião. Ultimamente, assim como as perseguições<br />
mostrão a divindade da Religião, assim também os erros mostrão a verdade da mesma.<br />
Parece portanto que esta These não deve ser reprovada, porque nada tem, nem directa, nem indirectamente<br />
contra o dogma da nossa Santa Fé, moral christaã, disciplina geral da igreja nem da<br />
igreja da Nação ou contra as Regalias da Real Coroa.<br />
De Principiis ad Theologiam subsidiariis<br />
These 2.ª= Religio autem una Naturalis dicitur, supernaturalis alia; cum vere longa saeculorum<br />
series nos certos faciat naturalem non satis esse ad hominum salutem; supernaturalis igitur, seu<br />
Revelata Religio est prorsus necessaria.<br />
Censura do Ordinario= Reforme-se esta These.<br />
Deste modo se explica Sua Magestade no Estatuto da Theologia Tit. 2.º cap. 2º: quando vai a<br />
estabelecer a necessidade da Religião Revelada, dizendo que a Natural he insufficiente. Esta divisão<br />
faz o Compendio de Paulo Joze de Rieger que Sua Magestade manda ler na aula do quarto anno do<br />
curso canonico. A divisão da Religião em Natural e Revelada he concebida do modo com que a<br />
explica Bergier Tom. 1.º do Trat. da Religião fol. 119 120; Gazaniga Compend. Theolog. Dogmaticae<br />
Tom 1.º fol. 7.º, Domingos Schram Tom 1.º Theolog. Dogmat. Fol. 5. schol. do §3.º; Gmeiner<br />
Theolog Dogmat. Tom. 1.º fol. 6 § 10; Cathecismo Filosofico do grande Xavier de Raval impresso<br />
em Pariz em 1777 cap. 2.º fol. 230; Dicc. Theolog. Verbo= Religião, fol. 483; Genuense Tom. 2.º da<br />
Methaph. Fol.117; João Francisco Buddeu da comunhão dos Protestantes= Instit. Dogmat. Fol. 23<br />
§ 24 com as notas. Ultimamente Luiz Bailly no seo Tract. De Vera Religione Tom. 1.º 1.ª Pars Tract.<br />
de Relig. Naturali na Prefação do 1.º cap. diz assim: Religio naturalis est ea, quae lumine naturali<br />
innotescit, quaeque ipsa natura fundatur. Religio supernaturalis ea est quae lumine supernaturali<br />
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