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Jansenismo e antijansenismo nos finais do antigo regime<br />
duvida h ~ ua das primeiras virtudes do Christianismo; e nenhum christão ignora que louvar a Deus,<br />
e dar-lhe a honra e gloria que lhe são devidas, sejão os actos principaes desta virtude, e que mais nos<br />
são recommendados pelo Apostolo S. Paulo.<br />
D. Sobre que fundou este Apostolo as bênçãos que elle dava a Deus? Benedictus Dominus Deus,<br />
Pater Domini nostri Jesu Christi?<br />
R. Sobre que Deos – Elegit nos ante mundi constitutionem ut essemus Sancti…qui praedestinavit<br />
nos secundum propositum voluntatis suae.<br />
D. E sobre que funda este mesmo Apostolo o louvor e gloria que quer que se dê a Deos?<br />
R. Sobre a mesma Predestinação e Graça de Jesus Christo a fim de que seja dado o louvor e gloria<br />
à sua graça, pella qual elle nos fez agradavel a seos olhos em seu Filho muito amado. In laudem gloriae<br />
gratiae suae in qua glorificavit nos in dilecto Filio suo (Efes. 1.6 ).<br />
E mais abaixo diz expressamente que o sermos nós a gloria de Jesus Christo hé porque temos sido<br />
predestinados pello decreto da sua vontade: In quo et nos sorte vocati sumus, praedestinati secundum propositum<br />
voluntatis suae… ut simus in laudem gloriae suae. Assim como em outro lugar diz que Deos tem<br />
cuidado nos seos escolhidos – Ut ostenderet in saeculis supervenientibus abundantes divitias gratiae suae.<br />
D. E em outros lugares não falla também o Apostolo disto?<br />
R. Na sua carta aos novos Fieis de Roma estabelece a gloria que devemos dar a Deos sobre a<br />
sua Predestinação e Graça. Porque depois de lhe ter dito que Deos escolheo a huns, e rejeitou a<br />
outros segundo lhe aprouve; e que a salvação – nec volentis, nec currentis, sed miserentis est Dei; Miserebor<br />
cujus misereor et misericordiam praestabo, cujus miserebor. Declara que Deos procede assim<br />
para fazer esclarecer a sua gloria nos seos escolhidos. Ut ostenderet divitias misericordiae suae in vasa<br />
misericordiae quae praeparavit.<br />
D. Não hé por isso com efeito que S. Paulo adora e admira a sabedoria de Deos?<br />
R. Sim, isto hé o que lhe faz exclamar: Ó altitudo sapientiae et scientiae Dei. E por conclusão<br />
do que escreve aos Romanos da Predestinação e Graça elle da gloria a Deos dizendo – Omnia per<br />
illum et in illo: illi soli gloria in saecula saeculorum. Amen. Para nos ensinar que as verdade da Predestinação<br />
são o fundamento dos louvores e da gloria que a Deos se deve.<br />
&<br />
Estas mesmas verdades são o fundamento do reconhecimento christão.<br />
D. As acções de Graças são virtudes christãas?<br />
R. Sim, e o meio mais poderoso de conseguir novas graças; por isso o Apostolo tanto no las<br />
recomenda.<br />
D. Aonde?<br />
R. Elle reduz o principal exercicio do Christão a orar a Deos e dar-lhe Graças. Orationi instate,<br />
vigilantes in ea in gratiarum actione (Col. 4.2.). Sine intermissione orate: in omnibus gratias agite.<br />
Haec est voluntas Dei (Thes. 5.17.).<br />
D. E sobre que funda o Apostolo a obrigaçaõ desse exercicio?<br />
R. Sobre que a Graça de Jesus Christo hé que nos faz vencer o peccado e por isso diz: demos<br />
graças a Deos – qui dedit nobis victoriam per Jesum Christum.<br />
D. E estas verdades da Predestinação e Graça do modo que as temos explicado não nos levão<br />
por si mesmas a este reconhecimento para com Deos?<br />
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