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crueldade negalla a alguns. E<br />

com effeito nem a todos a dá,<br />

mas sim a quem muito quer.<br />

6.<br />

A Graça jamais nos he concedida<br />

em attenção a merecimentos<br />

ou disposições alg ~ uas<br />

da nossa vontade, nem em<br />

attenção ao bom uso que<br />

Deos em nós previsse. E nem<br />

mesmo se pode merecer por<br />

h ~ ua Graça outra.<br />

7.<br />

O observar os mandamentos de<br />

Deos hé impossível ainda mesmo<br />

aos Justos, por mais forte que seja<br />

a Graça que lhes assista; e qualquer<br />

que seja a boa vontade que<br />

tenhão, qualquer o esforço que<br />

façaõ, elles nunca tem Graça que<br />

lhos faça possíveis.<br />

8.<br />

Nenhum Justo há neste<br />

mundo que não peque alg ~ uas<br />

vezes; e por maior Graça que<br />

tenhão não só não merecem,<br />

mas até peccão em todo o bem<br />

que fazem.<br />

9.<br />

Para hum homem peccar e desmerecer<br />

no presente estado,<br />

basta que elle obre sem coação;<br />

e não se requer que seja<br />

exempto da necessidade de<br />

JANSENISMO FRANCÊS NUM CÓDICE DA BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL<br />

recuzalla a todos: e com<br />

effeito nem a todos a dá, mas<br />

a quem muito quer.<br />

6.<br />

A Graça não nos hé dada em<br />

attenção a merecimentos<br />

alguns da nossa vontade; nem<br />

em attenção ao bom uso que<br />

Deos em nós previsse. Porem<br />

por h ~ ua Graça pode merecerse<br />

outra Graça.<br />

7.<br />

Com o auxilio da Graça efficaz<br />

podem observar-se os preceitos<br />

de Deos; e hum só não há<br />

que seja impossivel, sobretudo<br />

aos Justos, que tem h ~ ua vontade<br />

forte, e que vigorosamente<br />

trabalhão pellos observar.<br />

8.<br />

Todo o Justo, excepto a Santíssima<br />

Virgem, neste mundo,<br />

alg ~ uas vezes pecca: porem nas<br />

boas obras que faz ajudado da<br />

Graça não pecca, antes pello<br />

contrario com ellas merece<br />

diante de Deos.<br />

9.<br />

Para merecer ou desmerecer<br />

no estado presente não basta<br />

que se obre sem coacção; hé<br />

necessário alem disso que obre<br />

sem necessidade de natureza e<br />

nada podem sem ella. E a todos<br />

sem excepção elle a dá e concede.<br />

6.<br />

Deos dá-nos a sua Graça em<br />

attenção aos merecimentos e<br />

disposições da nossa vontade, ou<br />

em attenção ao bom uso que elle<br />

previo que nos faríamos della,<br />

ou mesmo dos dons e forças da<br />

natureza; e jamais a recuza<br />

àquelles que fazem o que está da<br />

sua parte e nas suas forças: e<br />

por h ~ uas Graças por consequência<br />

merecemos outras.<br />

7.<br />

Com o auxilio de Deos podem<br />

com facilidade guardar-se os<br />

seos preceitos. E nenhum há<br />

que não seja possível; e o<br />

poder de os cumprir nunca<br />

falta a ninguém, quando se<br />

querem guardar.<br />

8.<br />

Os hom ~ es podem chegar neste<br />

mundo a h ~ ua perfeição tal que<br />

nunca pequem. E tão longe<br />

estão de peccarem em todo o<br />

bem que fazem, que antes<br />

merecem muito diante de<br />

Deos.<br />

9.<br />

Para merecer ou desmerecer<br />

em qualquer estado que seja he<br />

necessário obrar não só sem<br />

coacção, mas até sem necessidade<br />

de natureza; e mesmo com<br />

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