Metabolismo de Carbono na Agricultura Tropical.pdf - Webnode
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Balanço <strong>de</strong> carbono e os fatores ambientais<br />
Por isto, as avaliações do sistema radicular e <strong>de</strong> sua eficiência <strong>na</strong> absorção<br />
<strong>de</strong>vem ser feitas e po<strong>de</strong>rão trazer ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. A eficiência do<br />
sistema radicular em absorver água e nutrientes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua profundida<strong>de</strong>,<br />
volume, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, profusão <strong>de</strong> pelos radiculares, longevida<strong>de</strong> (Tab. 6), e<br />
outros atributos como a condutivida<strong>de</strong> hidráulica da planta. Por exemplo, o<br />
arroz <strong>de</strong> sequeiro tem um sistema radicular maior que o arroz irrigado e o<br />
crescimento radicular em <strong>de</strong>trimento da parte aérea é <strong>de</strong>sejável, sob cultivo <strong>de</strong><br />
sequeiro. Além <strong>de</strong>stes atributos morfológicos, a eficiência dos sistemas <strong>de</strong><br />
absorção, <strong>de</strong> assimilação e <strong>de</strong> distribuição dos nutrientes pela planta <strong>de</strong>ve ser<br />
buscada pelo melhoramento. A capacida<strong>de</strong> do vegetal em redistribuir estes<br />
nutrientes, por hidrólise <strong>de</strong> macromoléculas em tecidos mais velhos, para<br />
suprir as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> órgãos jovens e sobretudo do órgão a ser colhido é<br />
<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte também para a agricultura <strong>de</strong> baixa tecnologia em clima tropical<br />
(DUNCAN & BALIGAR, 1991).<br />
Além dos fatores ambientais discutidos aqui, <strong>de</strong>ve-se salientar que o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do sistema radicular é extremamente plástico, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
das características do solo on<strong>de</strong> a planta se <strong>de</strong>senvolve, como a resistência à<br />
penetração, aeração, pH baixo e excesso <strong>de</strong> elementos tóxicos como o Al 3+ ,<br />
assim como <strong>de</strong> substâncias tóxicas produzidas por plantas competidoras<br />
(alelopatia, produzindo ácidos cumárico e ferúlico) (KRAMER & BOYER,<br />
1995).<br />
A eficiência no uso <strong>de</strong> água é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a sobrevivência<br />
em condições <strong>de</strong> baixa disponibilida<strong>de</strong> hídrica e, segundo PASSIOURA<br />
(1986), o rendimento <strong>de</strong> uma cultura é proporcio<strong>na</strong>l ao volume <strong>de</strong> água<br />
transpirada, durante o ciclo, multiplicado pela eficiência no uso <strong>de</strong> água e pelo<br />
índice <strong>de</strong> colheita. Portanto este é um parâmetro indicador para adaptação à<br />
falta <strong>de</strong> água. Em função da evapotranspiração local da cultura, por uma<br />
equação <strong>de</strong> 1º grau, po<strong>de</strong>mos calcular a produtivida<strong>de</strong> daquela cultura, o que<br />
já é feito há muito tempo em Israel (ARNON, 1975). Por exemplo para o<br />
milho, segundo HARGROVE (1988):<br />
no <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Negev, Israel, o rendimento = (4,1x ET) - 7179;<br />
no Texas, USA, o rendimento = (24,1 x ET) - 8332;<br />
e <strong>na</strong> Flórida, USA, o rendimento = (66,1 x ET) - 22900;<br />
on<strong>de</strong> ET é a evapotranspiração real da cultura, durante o ciclo da planta.<br />
Portanto, a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção da evapotranspiração e do balanço hídrico para<br />
as regiões produtoras é primordial para que se faça o zoneamento agrícola e a<br />
previsão da produtivida<strong>de</strong> para a cultura em cada região, como já foi feito para<br />
o estado <strong>de</strong> São Paulo (CAMARGO, 1962).<br />
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