Metabolismo de Carbono na Agricultura Tropical.pdf - Webnode
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Capítulo 2<br />
RELAÇÕES FONTE/DRENO<br />
Relações fonte/dreno<br />
Em uma alga ver<strong>de</strong> unicelular, cada célula é capaz <strong>de</strong> fixar carbono em<br />
presença <strong>de</strong> luz, pela fotossíntese, absorver nutrientes, promover crescimento<br />
em tamanho e reproduzir. Com a evolução <strong>de</strong> vegetais superiores terrestres,<br />
em alguns casos com mais <strong>de</strong> 100 metros <strong>de</strong> altura, foi necessária uma divisão<br />
<strong>de</strong> funções entre diferentes células, tecidos e órgãos, além do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> controle e transporte entre os tecidos para a interconexão<br />
e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção dos trabalhos realizados em diferentes tecidos. A clorofila é<br />
espacialmente separada do sistema <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> nutrientes e dos órgãos<br />
reprodutivos, porém cada célula ou tecido faz parte do sistema integrado do<br />
vegetal, visando à reprodução da espécie (WARDLAW, 1990).<br />
O acúmulo <strong>de</strong> matéria seca no órgão <strong>de</strong> interesse econômico é controlado<br />
pela troca <strong>de</strong> metabólitos entre os tecidos fornecedores <strong>de</strong> fotoassimilados (a<br />
fonte) e o órgão colhido (o dreno colhido). Portanto, são consi<strong>de</strong>rados fontes<br />
os órgãos ou tecidos que exportam assimilados, sintetizando-os (tecidos<br />
ver<strong>de</strong>s), ou estocando-os anteriormente (como dreno reversível), e ce<strong>de</strong>ndo-os<br />
posteriormente. Já os drenos são os órgãos ou tecidos que utilizam (drenos em<br />
crescimento), ou armaze<strong>na</strong>m fotoassimilados (drenos <strong>de</strong> reserva). Esses drenos<br />
po<strong>de</strong>m ser irreversíveis ou permanentes, como os meristemas vegetativos <strong>de</strong><br />
parte aérea ou raíz; e reversíveis, como o meristema intercalar <strong>de</strong> folhas, <strong>de</strong><br />
flores e <strong>de</strong> inflorescências, os entrenós <strong>de</strong> ca<strong>na</strong>-<strong>de</strong>-açúcar, o tronco <strong>de</strong> árvores,<br />
os tecidos <strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> frutos, <strong>de</strong> sementes, <strong>de</strong> tubérculos, <strong>de</strong> bulbos e <strong>de</strong><br />
bulbilhos.<br />
No Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as décadas <strong>de</strong> 50 e 60, estudos sobre a ecofisiologia do<br />
crescimento e da floração no cafeeiro, já eram <strong>de</strong>senvolvidos por ALVIM<br />
(1958), FRANCO (1965) e MAESTRI & BARROS (1977), assim como<br />
estudos sobre a translocação e partição <strong>de</strong> fotoassimilados em Cyperus, no<br />
período reprodutivo, foram realizados por MAGALHÃES et al. (1968).<br />
É importante lembrar que o vegetal acumula matéria seca, principalmente<br />
sob a forma <strong>de</strong> carboidratos, mas também como proteí<strong>na</strong>s e lipí<strong>de</strong>os, para<br />
assegurar o suprimento <strong>de</strong> esqueletos <strong>de</strong> carbono e energia química para o seu<br />
crescimento ou manutenção (quando não há produção <strong>de</strong> fotoassimilatos, por<br />
exemplo à noite, ou em condições <strong>de</strong> estresse ambiental). Os precursores <strong>de</strong><br />
macromoléculas, que são o ácido pirúvico da glicólise, os compostos do <strong>de</strong>svio<br />
das pentoses, o acetilCoA e os ácidos orgânicos do ciclo <strong>de</strong> Krebs (Fig. 6) são<br />
usados para a síntese <strong>de</strong> outros compostos necessários nos processos <strong>de</strong><br />
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