Metabolismo de Carbono na Agricultura Tropical.pdf - Webnode
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1.B. AS REAÇÕES ESCURAS<br />
As reações escuras<br />
Existem duas vias metabólicas <strong>de</strong> assimilação do CO 2 atmosférico, que<br />
são as vias fotossintéticas C 3 e C 4 , porém a via C 3 ou ciclo <strong>de</strong> Benson-Calvin<br />
é a única via metabólica para produção <strong>de</strong> carboidratos, tanto para as plantas<br />
C 3 , quanto para as plantas C 4 . O metabolismo ácido das crassuláceas, em<br />
plantas ditas CAM, é uma variante da via C 4 , com separação temporal entre<br />
os eventos <strong>de</strong> assimilação, pela via C 4 , à noite e pela via C 3 , ao dia. Nessas<br />
plantas CAM, a assimilação do CO 2 externo pela via C 4 , que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
energia, ocorre à noite, e a via C 3 , <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> energia, ocorre durante o<br />
dia, assim como a regeneração do substrato fosfoenolpiruvato (PEP) para<br />
iniciar o ciclo C 4 .<br />
A via fotossintética C 3 , inicia-se pela assimilação do CO 2 :<br />
1CO 2 + 1ribulose-1,5-bifosfato (RuBP, com 5C) = 2ácido fosfoglicérico<br />
(PGA, com 3C)<br />
Essa via tem como primeiro produto estável um ácido orgânico com 3<br />
carbonos, por isso o nome <strong>de</strong> via C 3 . A reação inicial é catalizada pela enzima<br />
ribulose-1,5-bifosfato carboxilase/oxige<strong>na</strong>se (rubisco). A via C 3 também existe<br />
em plantas C 4 , só que todas as enzimas do ciclo <strong>de</strong> Benson-Calvin localizamse<br />
únicamente <strong>na</strong>s células da bainha perivascular, <strong>na</strong> chamada a<strong>na</strong>tomia<br />
“Kranz” das plantas C 4 (Foto 2).<br />
Já a via fotossintética C 4 tem um ácido orgânico <strong>de</strong> 4 carbonos como<br />
primeiro composto produzido pela reação catalizada pela fosfoenolpiruvato<br />
carboxilase (PEP-case), <strong>na</strong>s células do mesófilo:<br />
1 fosfoenolpiruvato (3C) + 1CO 2 = 1 oxaloacetato (4C).<br />
O oxaloacetato é transformado em malato ou aspartato, migrando em<br />
seguida para a bainha perivascular, on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>scarboxilado, liberando CO 2 e<br />
um ácido orgânico <strong>de</strong> 3 carbonos, que retor<strong>na</strong> ao mesófilo para regeneração<br />
do substrato da carboxilação primária. A via C 4 é fundalmentamente um<br />
mecanismo <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> CO 2 <strong>na</strong> bainha perivascular, promovendo o<br />
aumento da concentração <strong>de</strong>ste substrato para a enzima rubisco, favorecendo<br />
a via C 3 .<br />
A rubisco, que é uma enzima bifuncio<strong>na</strong>l, apresenta uma interação<br />
competitiva entre os substratos CO 2, para a função carboxilase (fotossíntese,<br />
pelo ciclo <strong>de</strong> Benson-Calvin) e o O 2, para a função oxige<strong>na</strong>se<br />
(fotorrespiração, pelo ciclo do glicolato-glicerato). Essas duas funções são<br />
indissociáveis para o funcio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong>ssa enzima (OGREN, 1984; BRYCE<br />
& THORNTON, 1996).<br />
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