Metabolismo de Carbono na Agricultura Tropical.pdf - Webnode
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Balanço <strong>de</strong> carbono e os fatores ambientais<br />
No Brasil, estudos sobre as relações hídricas já vêm sendo <strong>de</strong>senvolvidos<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as décadas <strong>de</strong> 50 e 60, sendo que FERRI (1944) já havia realizado um<br />
estudo sobre a transpiração <strong>de</strong> plantas do cerrado. ALVIM & ARAÚJO<br />
(1952) associaram a característica <strong>de</strong> xeromorfismo <strong>de</strong>ssas plantas <strong>de</strong> cerrado,<br />
com o tipo <strong>de</strong> clima e solo da região e FERRI (1955) correlacio<strong>na</strong> a restrição<br />
a perda <strong>de</strong> água no período <strong>de</strong> maior déficit <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> água, ao controle<br />
estomático. OLIVEIRA & LABOURIAU (1961) estudaram o<br />
comportamento <strong>de</strong> espécies da caatinga brasileira, cultivadas no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
com alta UR%. Em tais condições, a espécie <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong>cíduas não teve a<br />
queda <strong>de</strong>ssas folhas, e algumas espécies só apresentaram fechamento<br />
estomático entre 11 e 13 h, período <strong>de</strong> maior déficit <strong>de</strong> saturação <strong>de</strong> água. Os<br />
mecanismos <strong>de</strong> adaptação à seca não se expressaram <strong>na</strong>s condições <strong>de</strong> boa<br />
hidratação. Posteriormente, FRANCO & MAGALHÃES (1963) fizeram uma<br />
crítica ao método <strong>de</strong> pesagens para avaliar a transpiração. Mais recentemente,<br />
RENA & MASCIOTTI (1976) utilizaram a dosagem <strong>de</strong> proli<strong>na</strong> como<br />
indicador <strong>de</strong> tolerância à seca, em cultivares <strong>de</strong> feijão. CASTRO &<br />
MALAVOLTA (1977) verificaram que a aplicação <strong>de</strong> gibereli<strong>na</strong> causou<br />
aumento da transpiração, com redução do Ψ h foliar, em tomate. Já OLIVA et<br />
al. (1984) avaliaram a adaptação à falta <strong>de</strong> água, em espécies <strong>de</strong> Eucalyptus,<br />
com o uso da termometria infravermelha. Atualmente, um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
laboratórios se <strong>de</strong>dicam aos estudos sobre a adaptação à seca, no Brasil.<br />
Em 1963 iniciou-se um programa <strong>de</strong> melhoramento para tolerância à seca,<br />
MIRANDA (1972) introduziu o caráter “latente”, através <strong>de</strong> cruzamentos, em<br />
linhagens <strong>de</strong> milho IAC Maya e IAC-1. Este caráter “latente” confere<br />
adaptação à seca e à geada, através <strong>de</strong> uma redução drástica do crescimento sob<br />
condições <strong>de</strong> estresse, e quando sob condições a<strong>de</strong>quadas, restabelecem o<br />
crescimento. O autor sugere que a tolerância à seca e à geada po<strong>de</strong>riam ser<br />
expressões fenotípicas do mesmo complexo genético.<br />
Este caráter “latente” confere também eficiente controle estomático,<br />
segundo PATERNIANI (1990). Segundo este autor, a planta <strong>de</strong> milho com<br />
tolerância à seca <strong>de</strong>ve apresentar, além das características propostas por MOCK<br />
& PEARCE (1975), este caráter “latente”, pendão masculino pequeno,<br />
intervalo entre a floração masculi<strong>na</strong> e femini<strong>na</strong> curto, e prolificida<strong>de</strong>.<br />
3.A.3. Uso da irrigação e salinização do solo<br />
O uso da irrigação no mundo expandiu-se enormemente a partir dos anos<br />
50, com 95 milhões <strong>de</strong> ha, até a década <strong>de</strong> 80, com mais <strong>de</strong> 250 milhões <strong>de</strong><br />
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