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CAPA EIA PARNAIBA-ESTREITO.cdr - Ibama

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das técnicas também prover resultados satisfatórios para este propósito.<br />

Para os quirópteros, utilizamos a priori capturas por três noites consecutivas, mas após<br />

verificarmos o total insucesso da mesma, este procedimento solicitado foi descontinuado. A<br />

literatura corrente da temática não recomenda este procedimento (ver, por exemplo, Kunz &<br />

Kurta 1988), justamente pelo mesmo não prover retorno nos trabalhos de inventariamento. A<br />

partir da primeira noite praticamente não houve adição de nenhuma espécie nova, além do<br />

sucesso de capturas ter caído consideravelmente, às vezes chegando a zero. A única<br />

exceção seriam os casos onde na primeira noite houve chuva e não na segunda. Ainda<br />

assim, na primeira noite o total de espécies dos pontos amostrados foi de 14, tendo este<br />

decrescido para 12 espécies na segunda noite (sendo estas as mesmas da primeira noite) e<br />

para sete na terceira, enquanto o número de indivíduos decresceu de 37 para 19. Teríamos<br />

assim uma diminuição tanto no número de espécies registradas quanto de indivíduos<br />

capturados. Isto seria decorrente do fato dos morcegos aprenderem a localização das redes,<br />

o que diminui consideravelmente o sucesso de capturas em noites subseqüentes, fato<br />

conhecido na literatura especializada (Kunz & Kurta 1988, Bergallo et al. 2003, Esbéard &<br />

Bergallo 2008), e confirmado neste trabalho. Pelo exposto não seria recomendável e<br />

justificável a captura de morcegos em noites subseqüentes num mesmo ponto amostral.<br />

Para os mamíferos de médio-grande porte também consideramos para análise a<br />

complementaridade entre as metodologias utilizadas para detectar a presença das espécies<br />

(vestígios-armadilhas fotográficas) haja vista as mesmas estarem direcionadas a amostrar<br />

as mesmas espécies.<br />

O sucesso de qualquer trabalho envolvendo armadilhas fotográficas reside exatamente na<br />

escolha do local em que ela venha a ser instalada e isto, por sua vez, está relacionado com<br />

a experiência do profissional, pois não pode, nem deve ser feita de forma aleatória.<br />

Isso posto, essa decisão de locais foi tomada considerando os pontos amostrais definidos<br />

no plano de trabalho.<br />

Ademais, o uso da técnica de armadilhamento fotográfico segue determinados<br />

pressupostos, sendo um deles a manutenção de um distanciamento mínimo entre câmeras,<br />

pois câmeras colocadas próximas tendem a registrar os mesmos indivíduos. Portanto,<br />

considerando-se um reduzido raio de 500 m, não se justifica a presença de mais de uma<br />

unidade para a captura de indivíduos.<br />

Deve-se considerar que dentro dos pressupostos da técnica muitos dos pontos sequer<br />

tinham condições de manter uma única unidade. Em alguns casos, em que a área<br />

apresentava potencial para duas unidades não muito próximas entre si, assim se procedeu.<br />

A colocação das câmeras em “pontos amarrados” fez com que mais de 70% dos registros<br />

delas fossem de animais domésticos e apenas 27% de animais silvestres. Os melhores<br />

resultados foram obtidos nas áreas intencionalmente escolhidas pela equipe.<br />

Ainda assim, os resultados obtidos com esta técnica, da forma executada no trabalho, a<br />

despeito dos problemas com os animais domésticos, apresentaram espécies de significativa<br />

importância para a região.<br />

A experiência da equipe no uso desta técnica já permitiu inclusive o cálculo de densidade<br />

para todas as espécies de felinos de pequeno-médio porte encontradas no Brasil. Isto, por<br />

sua vez levou à mudança do status de conservação de alguns destes felinos na nova<br />

Projeto Parnaíba AHE <strong>ESTREITO</strong> <strong>EIA</strong> - Estudos de Impacto Ambiental<br />

Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-78

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