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CAPA EIA PARNAIBA-ESTREITO.cdr - Ibama

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esperada na bacia do rio Parnaíba, comparações com os dados provenientes de outras<br />

bacias maiores e mais ricas em diversidade são desnecessárias.<br />

Além das espécies coletadas pelos pescadores, outras espécies de Characiformes e<br />

Silurifomes caracterizam-se por apresentar hábitos migratórios durante a época de<br />

reprodução, subindo o rio para a reprodução. Com a construção da barragem, é<br />

provável que os peixes passem a usar os tributários para a reprodução. Caso isso não<br />

ocorra, pode haver um declínio populacional acentuado. Para a população pesqueira<br />

local, isto pode não ter grande influência, já que como o número de pescadores<br />

encontrados foi baixo, outras fontes de subsistência devem ser mais exploradas que a<br />

pesca na região.<br />

Cabe ressaltar, que o reservatório de Boa Esperança, formado a partir de 1970, com o<br />

represamento do rio Parnaíba em Guadalupe (PI), representou um marco no isolamento<br />

da ictiofauna da bacia, com possíveis reflexos na composição das comunidades a<br />

montante do mesmo a partir de então, embora inexistam dados históricos que<br />

corroborem esta afirmação.<br />

O baixo número de espécies migratórias capturadas pode ser resultado tanto da<br />

obstrução da migração pela barragem quanto por desmatamento das matas ciliares para<br />

o desenvolvimento agrícola e utilização de agrotóxicos, contribuindo para o declínio e<br />

até extinção de algumas populações de peixes. O assoreamento causado pela<br />

construção forma barreiras entre a calha principal e as lagoas intermitentes,<br />

impossibilitando o retorno dos indivíduos jovens.<br />

Em resumo, a segmentação de um rio proporcionada pela construção de reservatórios<br />

oriundos de barramentos em sequência, como está sendo planejado atualmente para o<br />

Rio Parnaíba, de fato pode multiplicar o impacto negativa para a ictiofauna. Isso foi<br />

verificado no Rio Tocantins (Agostinho et al. 2009). É necessário entender os impactos<br />

dos barramentos levando em conta toda a dinâmica da bacia.<br />

Outras espécies têm preferências por ambientes de corredeiras e também podem sofrer<br />

com o impacto da construção da barragem, por exemplo as dos gêneros Ancistrus,<br />

Schizodon, Characidium, Imparfinis, Leporinus, Metynnis e Hypostomus.<br />

Um desses fatores impactantes para essas populações é a mudança de ambiente e<br />

conseqüente redução de micro-habitats com o desaparecimento de bancos de<br />

macrófitas. A dieta desses peixes abrange insetos, detritos e fragmentos de<br />

podostemáceas, o que obrigaria as espécies a adotarem novas táticas de<br />

forrageamento. A presença de macrófitas fornece refúgio para as espécies menores,<br />

reduzindo a predação (Savino & Stein, 1989).<br />

Habitando a bacia do rio Parnaíba, além das espécies migratórias, há um conjunto de<br />

peixes sedentários, que não depende da variação do volume da água para reprodução.<br />

Nesta categoria, encaixam-se as espécies da família Cichlidae que têm como habitat os<br />

ambientes lênticos, em remansos com muita vegetação, onde podem se reproduzir<br />

(Keith et al., 2000). O cuidado parental inclui a incubação dos ovos na boca às vésperas<br />

da eclosão (Keith et al., 2000; Lamas, 1993; Stawikowski, 1995). Esses ambientes<br />

também são ocupados por espécies da família Heptapteridae, Poeciliidae e<br />

Parodontidae.<br />

Projeto Parnaíba AHE <strong>ESTREITO</strong> <strong>EIA</strong> – Estudos de Impacto Ambiental<br />

Volume II – Diagnóstico Ambiental 9-279

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