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Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag

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O RETORNO DO BARÃO DO RIO BRANCO AO BRASIL: A LEITURA DA IMPRENSA<br />

compatriotas, sem distinção de cor política, pois as manifestações de apreço<br />

e homenagens que ali lhe foram prestadas assumiram o caráter de uma<br />

verdadeira consagração popular, porque era a alma brasileira toda inteira<br />

que saudava num delírio o filho ilustre desta terra.<br />

Para ter uma idéia sobre a presença de autoridades na festa,<br />

tanto <strong>do</strong> meio político, como de representantes de diversas entidades,<br />

basta acompanhar o trajeto percorri<strong>do</strong> por Rio Branco no Rio de<br />

Janeiro descrito pelos jornais para identificá-las: <strong>do</strong> cais Pharoux até<br />

o Clube Naval foi acompanha<strong>do</strong> por diplomatas, sena<strong>do</strong>res, militares<br />

e acadêmicos; ao sair <strong>do</strong> Clube Naval dirigiu-se à Associação Comercial,<br />

onde foi recebi<strong>do</strong> pela diretoria, ouvin<strong>do</strong>, ainda, uma saudação que o<br />

comércio <strong>do</strong> Rio de Janeiro lhe dirigia; seguiu depois para a Escola<br />

Politécnica, onde presidiu uma sessão da Federação <strong>do</strong>s Estudantes<br />

em sua homenagem; a próxima parada foi no Arsenal de Marinha,<br />

onde o aguardavam vários oficiais. 9<br />

Associada à descrição da festa e das homenagens a Rio Branco<br />

aparecem praticamente em to<strong>do</strong>s os jornais referências a estreita<br />

ligação <strong>do</strong> Barão com seu pai. Nessas referências um tema bastante<br />

recorrente foi a Lei <strong>do</strong> Ventre Livre, que o Visconde conseguira aprovar<br />

em 1871 com o apoio <strong>do</strong> filho, vencen<strong>do</strong> à época fortes resistências.<br />

A Folha <strong>do</strong> Sul (São José <strong>do</strong> Paraíso), em 2/12/1902, lembrava que os<br />

méritos <strong>do</strong> pai abolicionista não obscureciam os <strong>do</strong> filho:<br />

O pedestal da estátua que mostra o Visconde <strong>do</strong> Rio Branco como o<br />

símbolo <strong>do</strong> amor da liberdade, foi argamassa<strong>do</strong> com as lágrimas de gratidão<br />

de uma raça inteira oprimida e que ele libertou. O nome que o Visconde <strong>do</strong><br />

Rio Branco deixou na história de nossa pátria foi tão grande que parecia<br />

que não podia ser excedi<strong>do</strong>; e, no entanto, o sucessor desse nome, que<br />

tinha sobre seus ombros o peso enorme das glórias de seu pai, ergue-se<br />

tanto e tanto que, se não as excedeu, realçou-as e enalteceu-as porque os<br />

seus triunfos, as suas vitórias, são filhos daquele que her<strong>do</strong>u <strong>do</strong> velho<br />

estadista brasileiro o grande amor desta terra, o santo fervor <strong>do</strong><br />

engrandecimento de nossa pátria.<br />

A Tribuna de Santos (3/12/1902), não foi menos enfática. A<br />

manifestação popular que recebera Rio Branco fora:<br />

9 Veja também: Jornal de Piracicaba, 3/12/1902; Gazeta de Uberaba, 3/12/1902; O Rebate (São<br />

Paulo), Comarca de Batataes (São Paulo), 7/12/1902; Lavoura e Commercio (Uberaba), 7/12/<br />

1902; A República (Curitiba), 2/12/1902; Correio <strong>do</strong> Povo (Porto Alegre), 2/12/1902; Echo <strong>do</strong> Sul<br />

(Porto Alegre), 2/12/1902; A Federação (Porto Alegre), 2/12/1902.<br />

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