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Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag

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ARTIGOS ANÔNIMOS E PSEUDÔNIMOS DO BARÃO DO RIO BRANCO<br />

A SOLUÇÃO DIPLOMÁTICA DO CASO DA PANTHER*<br />

Temos a seguinte nota:<br />

Foi-nos mostrada uma interessante “Carta <strong>do</strong> Rio”, no Esta<strong>do</strong> de<br />

S. Paulo, de 13 <strong>do</strong> corrente, escrita pelo seu ativo e talentoso<br />

correspondente “Fígaro”, também combatente na imprensa da nossa<br />

boa capital.<br />

Por essa carta ficamos conhecen<strong>do</strong> qual o procedimento que alguns<br />

censores fluminenses desejariam tivesse ti<strong>do</strong>, no caso da Panther, o<br />

Sr. Ministro das Relações Exteriores.<br />

Diz textualmente “Fígaro”:<br />

“Saímos disto envergonha<strong>do</strong>s, não pela pequenez da<br />

satisfação que a Alemanha nos deu, mas pela confissão de que<br />

nós fomos mentirosos. Nós! As autoridades de Santa Catarina, é<br />

claro....<br />

Nada disso se daria se houvéssemos procedi<strong>do</strong> de outra<br />

forma. Per<strong>do</strong>e-me a lição o mestre diplomata Sr. Paranhos <strong>do</strong> Rio<br />

Branco. Se o sapateiro sobe além <strong>do</strong>s sapatos é porque Homero<br />

também cochila às vezes...<br />

Se S. Ex. dissesse ao Sr. Treutler que o Governo <strong>do</strong> Brasil,<br />

dada a ofensa que foi grave, não podia entrar em estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> caso<br />

e queria singelamente satisfações, visto que não podia discutir,<br />

pôr em dúvida e desmentir as informações das suas autoridades;<br />

se S. Ex. tivesse manda<strong>do</strong> sair de Berlim o Sr. Costa Motta e<br />

entregar ao Sr. Treutler os passaportes; se, numa palavra, o<br />

Brasil tivesse corta<strong>do</strong> relações com a Alemanha, tu<strong>do</strong> estaria a<br />

estas horas linda e brilhantemente resolvi<strong>do</strong>, as explicações viriam<br />

plenas e satisfatórias e a gente estaria confian<strong>do</strong> na palavra das<br />

autoridades de Santa Catarina.<br />

Assim, quem mentiu foi o Brasil.”<br />

“Fígaro”, como Homero, estava de certo cain<strong>do</strong> de sono – jam<br />

<strong>do</strong>rmitante lucerna –, quan<strong>do</strong> escreveu e man<strong>do</strong>u para a velha<br />

acadêmica Paulicéia aquela extraordinária lição de direito diplomático...<br />

* Publica<strong>do</strong> em A Notícia. Rio de Janeiro, 16 jan. 1906.<br />

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