78 CADERNOS DO <strong>CHDD</strong> Como seria possível pedir a demissão desse comandante e responsabilizá-lo pelo encervejamento de quatro tenentes e <strong>do</strong>ze sargentos e cabos nas hospedarias de Itajaí? ___________________________________________________________________ Artigo também publica<strong>do</strong> nos seguintes periódicos: – Jornal <strong>do</strong> Commercio, 13 jan. 1906. – O Paiz, 13 jan. 1906. – Gazeta de Notícias, 13 jan. 1906.
ARTIGOS ANÔNIMOS E PSEUDÔNIMOS DO BARÃO DO RIO BRANCO A SOLUÇÃO DIPLOMÁTICA NO CASO DA PANTHER* Temos a seguinte nota: A primeira opinião, aqui formada, sobre os acontecimentos de Itajaí, baseou-se nas notícias bastante exageradas, cheias de confusões e enganos, telegrafadas depois de leituras rápidas e desatentas, por um jovem correspondente de Florianópolis, cujo critério deve ser mais ou menos igual ao <strong>do</strong> correspondente argentino que há dias nos quis impingir a notícia de que um ex-diplomata russo – anônimo, já se sabe – vira no Esta<strong>do</strong>-Maior alemão certo mapa <strong>do</strong> Brasil meridional, onde estavam marca<strong>do</strong>s os distritos conquistáveis pela Alemanha, como se nas salas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior em Berlim tivessem entrada diplomatas, repórteres ou quaisquer pessoas estranhas ao serviço, e <strong>do</strong>cumentos reserva<strong>do</strong>s andassem ali rolan<strong>do</strong> pelas mesas!... Na Europa, também, foram as notícias <strong>do</strong> jovem correspondente as que produziram a primeira impressão. Diz o Journal des Débats de 16 de dezembro: “Brasil – O Jornal <strong>do</strong> Commercio publica o resumo <strong>do</strong> inquérito oficial sobre o incidente de Santa Catarina. Os depoimentos das testemunhas, tanto alemãs como brasileiras, confirmam os fatos já conheci<strong>do</strong>s. Um alemão naturaliza<strong>do</strong> brasileiro, antigo combatente de 1870, refere que reconheceu o comandante da canhoneira Panther entre os oficiais que acompanhavam os marinheiros quan<strong>do</strong> estes se apoderaram de Fritz Steinhauf...” Esse veterano de 1870, em cujo testemunho, único e isola<strong>do</strong>, se apoiou a Vária de 11 <strong>do</strong> corrente, é Antonio Maluch, que pelo nome não se perca – respeitável sexagenário –, segun<strong>do</strong> o amável crítico, mas maníaco, como declara o depoente Leocádio Baptista de Medeiros, mais competente para o qualificar, porque o conhece pessoalmente. Já mostramos que a acusação feita ao comandante, com o menos que frágil fundamento de um testemunho nulo em direito, não podia autorizar o Sr. Ministro das Relações Exteriores a pedir ao Governo alemão que punisse administrativamente o Conde Saurma, o qual * Publica<strong>do</strong> em A Notícia. Rio de Janeiro, 13 jan. 1906. 79