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Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag

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106<br />

CADERNOS DO <strong>CHDD</strong><br />

Não ficava atrás, na virulência <strong>do</strong>s ataques ao governo, o Diário<br />

de Pernambuco (Recife 2/12/1902), também usan<strong>do</strong> o retorno <strong>do</strong><br />

Barão como motivação:<br />

O novo governo <strong>do</strong> país recebeu um inventário pesa<strong>do</strong> de erros e<br />

desastres de toda a espécie, em to<strong>do</strong>s os terrenos. Na ordem administrativa,<br />

o atual chefe <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> encontrou a mais completa desorganização pelo<br />

império absoluto e exclusivo <strong>do</strong> favoritismo pessoal e de relações estranhas<br />

à esfera especial <strong>do</strong> governo. No terreno financeiro, o desbarato ainda era<br />

maior. [...] Foram tantas as anomalias desse monstro, que o quatriênio<br />

infecun<strong>do</strong> <strong>do</strong> sr. Campos Sales desenvolveu e criou, que não há linguagem<br />

que as possa devidamente caracterizar e exprimir. Muito pior de que a ditadura<br />

financeira, foi semelhante perío<strong>do</strong> a ditadura <strong>do</strong> impu<strong>do</strong>r e da má fé.<br />

Em face de um quadro de tantos desacertos, exultava o Diário de<br />

Pernambuco :<br />

A grandiosa e imponente recepção, que foi atribuída ao Barão <strong>do</strong> Rio<br />

Branco por todas as classes sociais, é a mais evidente prova <strong>do</strong> quanto é<br />

aprecia<strong>do</strong> o seu valor e quanto são necessárias na atualidade a sua atividade<br />

e o seu empenho na louvável consecução da integridade da Pátria para a<br />

defesa de seu território.<br />

Outros jornais, embora não priorizassem em seu discurso as críticas<br />

ao governo, também não deixaram de aproveitar o momento que se<br />

apresentava. O Diário <strong>do</strong> Povo (Porto Alegre, 3/12/1902) foi um deles:<br />

... no regressar de Rio Branco ao país, há uma pre<strong>do</strong>minante, de valor<br />

altamente moral: volve ao seio da mãe Pátria não com o caráter solapa<strong>do</strong>,<br />

corroí<strong>do</strong> pela lava <strong>do</strong> servilismo que impera no nosso mun<strong>do</strong> político-social;<br />

não com a alma extenuada, gasta pelo choque das bastardas e vis paixões,<br />

no arrastamento <strong>do</strong> mercenarismo da época; não com o coração corrompi<strong>do</strong><br />

pelos embates das torpes ambições <strong>do</strong> partidarismo, que entre nós tu<strong>do</strong><br />

estraga e perverte.<br />

Na mesma linha argumentava A Época (São Paulo, 23/04/1903):<br />

Praza aos céus [...] que S. Exc. justamente acolhi<strong>do</strong> como o Salva<strong>do</strong>r<br />

da Pátria, num momento histórico e de excepcional dificuldade, se conserve<br />

por muitos anos à cabeceira <strong>do</strong> seu <strong>do</strong>ente, carinhoso e desvela<strong>do</strong>, não se<br />

deixan<strong>do</strong> jamais <strong>do</strong>minar pela influência nefasta de nossa pequenina<br />

politicagem...

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