Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag
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ARTIGOS ANÔNIMOS E PSEUDÔNIMOS DO BARÃO DO RIO BRANCO<br />
Entretanto, no dia 22, sob o mesmo título – O incidente germanobrasileiro<br />
–, dizia Le Temps:<br />
“Segun<strong>do</strong> o correspondente <strong>do</strong> New York Herald no Rio de<br />
Janeiro, o Barão <strong>do</strong> Rio Branco, Ministro <strong>do</strong>s Negócios Estrangeiros,<br />
teria acha<strong>do</strong> insuficientes as explicações <strong>do</strong> ministro da Alemanha<br />
sobre o incidente da canhoneira alemã Panther. O Ministro da<br />
Alemanha apresentará ao Governo brasileiro uma nova proposta<br />
fundada no desejo que tem o Governo de Berlim de manter as<br />
suas boas relações com o Brasil. Acrescenta o Herald que se um<br />
acor<strong>do</strong> direto não for possível, os <strong>do</strong>is governos nomearão uma<br />
comissão mista para fazer um inquérito.”<br />
O Brasil recebeu, não a expressão de pesar que Le Temps julgava<br />
suficiente para encerrar o incidente, mas:<br />
1º – A declaração formal e por escrito, feita por ordem <strong>do</strong> Governo<br />
Imperial, em 17 de dezembro, enquanto a Panther estava<br />
em águas brasileiras, de que Steinhauf não podia ser entregue<br />
ao Capitão <strong>do</strong> Porto <strong>do</strong> Rio Grande porque não estava e<br />
nunca havia esta<strong>do</strong> a bor<strong>do</strong> da canhoneira, o que importa no<br />
reconhecimento da obrigação de o restituir se estivesse a<br />
bor<strong>do</strong>;<br />
2º – A declaração muito amigável e completa de 2 de janeiro,<br />
declaração cujos termos foram assenta<strong>do</strong>s em Berlim entre<br />
o Secretário de Esta<strong>do</strong>, Barão de Richthofen e o Chanceler<br />
<strong>do</strong> Império, príncipe de Bülow, submeti<strong>do</strong>s ao Impera<strong>do</strong>r e<br />
aprova<strong>do</strong>s por ele, e em que é dito:<br />
a) Que o comandante Saurma dera a oficiais e inferiores<br />
licencia<strong>do</strong>s da Panther a simples incumbência de<br />
procurarem discretamente em terra um marinheiro<br />
retardatário, suspeito de deserção, conforman<strong>do</strong>-se com<br />
o uso universalmente segui<strong>do</strong> nas marinhas de guerra de<br />
to<strong>do</strong>s os países;<br />
b) Que estava longe da intenção de to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s no<br />
caso, o ofender com tal procedimento a soberania territorial<br />
<strong>do</strong> Brasil;<br />
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