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Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag

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ARTIGOS ANÔNIMOS E PSEUDÔNIMOS DO BARÃO DO RIO BRANCO<br />

Esse incidente ainda não está resolvi<strong>do</strong> e a imprensa <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

países tem ti<strong>do</strong> o bom senso ordinário de não andar procuran<strong>do</strong> agitar<br />

as massas, porque compreende que não é assim que se encaminham<br />

questões de dignidade nacional e porque sabe que é necessário tempo<br />

para proceder, de uma e outra parte, a inquéritos que esclareçam<br />

bem os fatos e restabeleçam as responsabilidades.<br />

Em 1887, ocorreu outro incidente desagradável em Vexaincourt,<br />

com a Alemanha, sen<strong>do</strong> morto um caça<strong>do</strong>r francês e feri<strong>do</strong> gravemente<br />

outro.<br />

O Sr. Flourens, Ministro <strong>do</strong>s Negócios Estrangeiros, telegrafou logo<br />

ao Sr. Raindre, encarrega<strong>do</strong> da Embaixada de França em Berlim,<br />

incumbin<strong>do</strong>-o, não de exigir energicamente, como fariam ministros<br />

rastaquouères, mas de “convidar (inviter) o Governo alemão a verificar<br />

os fatos, e, quan<strong>do</strong> a sua exatidão fosse reconhecida, a dar à França,<br />

conforme os princípios de direito, as reparações devidas pela violação<br />

<strong>do</strong> território e os prejuízos causa<strong>do</strong>s aos seus nacionais”.<br />

O Secretário de Esta<strong>do</strong>, Conde Herbert de Bismarck, respondeu<br />

que, se verificasse a exatidão <strong>do</strong>s fatos aponta<strong>do</strong>s, o Governo Imperial<br />

não poderia deixar de lamentar profundamente o incidente e de dar<br />

todas as reparações que razoavelmente fossem pedidas. Termina<strong>do</strong> o<br />

inquérito alemão, o Governo Imperial manifestou (como agora no Brasil)<br />

o seu vivo pesar (ses vifs regrets) pelo ocorri<strong>do</strong> e pagou uma<br />

indenização à viúva da vítima.<br />

A nobre nação francesa achou que o incidente ficara honrosamente<br />

encerra<strong>do</strong> com essa expressão de pesar, sem ter recebi<strong>do</strong> protestos<br />

de cordial amizade, como os que, pronta e espontaneamente, nos<br />

foram feitos de Berlim, nem a promessa de que o solda<strong>do</strong> que matou<br />

e feriu franceses em território francês fosse submeti<strong>do</strong> à justiça militar,<br />

e sem ter pedi<strong>do</strong> que fosse ele castiga<strong>do</strong>.<br />

Aqui, certos patriotas de esquina, e até alguns estrangeiros,<br />

quereriam que o Sr. Barão <strong>do</strong> Rio Branco pedisse o castigo <strong>do</strong><br />

Comandante da Panther, inocente <strong>do</strong>s excessos pratica<strong>do</strong>s em terra<br />

por alguns oficiais e marinheiros, que ultrapassaram as suas instruções,<br />

e só culpa<strong>do</strong> <strong>do</strong> peca<strong>do</strong> venial de haver manda<strong>do</strong> fazer o que to<strong>do</strong>s os<br />

comandantes de navios de guerra mandam fazer em casos tais, e<br />

pode ser feito com a única condição de que a autoridade local não<br />

fique saben<strong>do</strong> oficialmente <strong>do</strong> que se fez. Já um comunica<strong>do</strong>, na<br />

Notícia de ontem, recor<strong>do</strong>u que a satisfação recebida por nós da<br />

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