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Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag

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ARTIGOS ANÔNIMOS E PSEUDÔNIMOS DO BARÃO DO RIO BRANCO<br />

Correio da Manhã de 5 <strong>do</strong> corrente mês, “Poderíamos observar que,<br />

em qualquer caso, não faríamos mais senão comprar muito caro terras<br />

inóspitas, quan<strong>do</strong> é certo que possuímos terras de sobra... Basta que<br />

o trata<strong>do</strong> seja repeli<strong>do</strong> por qualquer <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is Congressos e estaremos<br />

aí com o problema cada vez mais insolúvel. Mais insolúvel não seria de<br />

espantar tanto: o que faz gelar a alma nacional é o risco de ver sem<br />

solução o problema e sem mudar a conjuntura amargante a que<br />

fomos leva<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong> de ficar com o Acre como um báratro aberto, a<br />

tragar vidas e vidas... sem se saber bem por que nem para que...”<br />

O Sr. Rocha Pombo, que queria intervenção militar no Acre para<br />

libertar “os nossos irmãos oprimi<strong>do</strong>s”, que aconselhava a tomada dessa<br />

“fertilíssima região” à viva força e a invasão da Bolívia por Mato Grosso,<br />

agora tem o desembaraço de lamentar que fiquemos com o Acre, de<br />

dizer que “fomos leva<strong>do</strong>s” ao que chama uma “conjuntura<br />

amargurante”, e de acrescentar que não sabe bem “porque nem para<br />

que” ficaremos com o Acre.<br />

Não sabe porque nem para que ? Pois releia os seus escritos de<br />

quase um ano atrás e neles achará a resposta e a explicação.<br />

*<br />

* *<br />

E depois, que polemista de truz! Com que habilidade defende as<br />

causas que abraça!<br />

Em 5 de dezembro, no trecho acima transcrito, mostra-se aterra<strong>do</strong><br />

com as conseqüências da rejeição <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> por qualquer <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

Congressos. Em outro tópico <strong>do</strong> mesmo artigo diz: “Imaginemos, porém,<br />

que o nosso Congresso, afinal convenci<strong>do</strong> de que se trata não de<br />

cessão, mas de troca de territórios, aprove o Trata<strong>do</strong>: e se o Congresso<br />

boliviano não estiver pelos autos? Esta hipótese é talvez a mais grave<br />

de todas...”<br />

O Sr. Rocha Pombo acha que o caso é muito grave e não pode<br />

“prever as conseqüências <strong>do</strong> perigo”.<br />

Entretanto, no dia 10 – cinco dias depois – deseja a rejeição <strong>do</strong><br />

trata<strong>do</strong> pela Bolívia, provoca o caso gravíssimo, prenhe de perigos, e<br />

estimula nestes termos o povo boliviano a levantar-se contra o ajusta<strong>do</strong>:<br />

“Mas esquecen<strong>do</strong> por um instante a nossa desgraça: é possível<br />

que o povo boliviano – se é que ainda há povo, como acreditamos,<br />

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