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Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag

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O RETORNO DO BARÃO DO RIO BRANCO AO BRASIL: A LEITURA DA IMPRENSA<br />

Por curiosos, vale ainda transcrever os comentários de A Tribuna<br />

(Santos, 3/12/1902), que comparou as aclamações a Rio Branco com<br />

o que recebia o governo que findara:<br />

Manifestações desta ordem [a Rio Branco] são o contraste intenso,<br />

formidável das manifestações feitas a Campos Sales e outros. Ninguém<br />

compra a estima <strong>do</strong> povo e bem poucos são os que a merecem. A população<br />

<strong>do</strong> Rio de Janeiro o mostrou assim como se aplaude e como se vaia...<br />

Com certeza o jornal fazia referência à desastrosa despedida que<br />

recebera Campos Sales, no Rio de Janeiro, ao deixar a presidência em<br />

15/11/1902: na estação onde tomou o trem para São Paulo, recebeu<br />

acintosa vaia <strong>do</strong> povo que ali se acumulava, vaia essa repetida ao<br />

longo <strong>do</strong>s subúrbios por onde passava o trem.<br />

As expectativas na gestão de Rio Branco<br />

O entusiasmo que foi a tônica na recepção ao Barão, não só por<br />

sua ascendência famosa, mas já de há algum tempo pelo seu próprio<br />

desempenho, sinalizava, praticamente, em uma única direção: a gestão<br />

de Rio Branco, na expectativa de quase to<strong>do</strong>s, só acumularia acertos.<br />

Uma questão – a <strong>do</strong> Acre – já lhe estava destinada e o espera<strong>do</strong><br />

era que a partir daí iniciaria para o Brasil a reconquista de uma projeção<br />

internacional que, segun<strong>do</strong> a maioria <strong>do</strong>s jornais, o país vinha perden<strong>do</strong>.<br />

Tal referência foi fartamente aproveitada para formular mais uma série<br />

de críticas ao governo de Campos Sales. O Patriota (Poços de Caldas,<br />

31/12/1902), foi um <strong>do</strong>s periódicos que optou, sem subterfúgios, por<br />

essa linha:<br />

Em boa hora aceitou o benemérito diplomata o espinhoso encargo de<br />

dirigir o departamento <strong>do</strong> exterior, onde a questão <strong>do</strong> Acre – presente de<br />

gregos <strong>do</strong> governo passa<strong>do</strong> – tratada com descaso e imprevidência ou com<br />

inépcia e descaso, solicitou desde muito a atenção esclarecida de um ministro<br />

patriota que colocasse acima das comodidades de secretário da oligarquia<br />

<strong>do</strong>minante o legítimo orgulho de prestar serviços ao Brasil, de defender a<br />

sua integridade e os seus brios...<br />

E completava o jornal com mais críticas e renovadas esperanças:<br />

... apesar <strong>do</strong>s maus governos que não têm sabi<strong>do</strong> ser previdentes;<br />

apesar <strong>do</strong> afastamento <strong>do</strong> povo; apesar <strong>do</strong> profun<strong>do</strong> desgosto que se<br />

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