Cadernos do CHDD Nº 01 - Funag
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ARTIGOS ANÔNIMOS E PSEUDÔNIMOS DO BARÃO DO RIO BRANCO<br />
Artigos Anônimos e Pseudônimos<br />
<strong>do</strong> Barão <strong>do</strong> Rio Branco<br />
Introdução<br />
A coincidência <strong>do</strong> lançamento <strong>do</strong>s <strong>Cadernos</strong> <strong>do</strong> <strong>CHDD</strong> com as<br />
comemorações <strong>do</strong> centenário da posse <strong>do</strong> Barão <strong>do</strong> Rio Branco como<br />
Ministro das Relações Exteriores sugere uma natural homenagem ao<br />
grande estadista, cuja vida e atividade política são consubstanciais<br />
com as nossas melhores tradições e se confundem com um <strong>do</strong>s mais<br />
brilhantes perío<strong>do</strong>s de nossa história diplomática.<br />
É sabi<strong>do</strong> que o Barão <strong>do</strong> Rio Branco, durante os anos de sua<br />
gestão à frente <strong>do</strong> Itamaraty, mantinha estreitos laços de cooperação<br />
com os principais jornais <strong>do</strong> Rio de Janeiro, no propósito de informar e<br />
angariar o apoio da opinião pública para sua política exterior. Publicou<br />
artigos assina<strong>do</strong>s, notas anônimas e, em alguns casos, artigos nãoassina<strong>do</strong>s<br />
ou em que o autor se ocultava atrás de um pseudônimo.<br />
Seus objetivos táticos ditavam o grau de identificação com o texto<br />
publica<strong>do</strong>. Os leitores atentos talvez não deixassem de reconhecer o<br />
real autor, mas, como Rio Branco tinha também o hábito de fornecer<br />
aos diretores ou principais redatores amplas informações sobre assuntos<br />
em que o esclarecimento da opinião pública lhe parecia importante, em<br />
muitos casos a identidade <strong>do</strong> autor poderia parecer incerta.<br />
Seria de grande interesse revelar o conjunto desta produção<br />
jornalística, que não foi contemplada nas Obras <strong>do</strong> Barão <strong>do</strong> Rio Branco,<br />
editadas pelo MRE por ocasião <strong>do</strong> centenário de seu nascimento. É,<br />
entretanto, tarefa difícil, senão impossível. O que ora nos propomos é,<br />
apenas, trazer à luz alguns textos que nos pareceram de maior interesse,<br />
publica<strong>do</strong>s sob pseudônimos identifica<strong>do</strong>s como seus ou assinala<strong>do</strong>s<br />
com suas iniciais na sua coleção de recortes de jornais, guardada no<br />
Arquivo Histórico <strong>do</strong> Itamaraty, no Rio de Janeiro.<br />
São conheci<strong>do</strong>s os pseudônimos “Nemo” e “Kent”. Sob o primeiro,<br />
publicou, em 1903, o artigo em que refutava as críticas <strong>do</strong> líder positivista<br />
Miguel Lemos aos estilos protocolares de sua correspondência oficial,<br />
em que Rio Branco se afastava das práticas impostas ou inspiradas<br />
pelos positivistas no início da república, e, em 1910, sob o título “Confiar<br />
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